domingo, março 06, 2016

Prêmio Bertha Lutz será concedido a um homem pela primeira vez

Criado em 2001, diploma é concedido anualmente a pessoas que se destacam na defesa dos direitos da mulher. Solenidade deste ano ocorrerá nesta terça-feira (8), em sessão do Congresso

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello será o primeiro homem a receber o Diploma Bertha Lutz, concedido pelo Senado a pessoas que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher e a questões de gênero no Brasil.

Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio lançou em 2014 a campanha publicitária “Mais Mulheres na Política”. Ele também ajudou a conceber a ideia publicitária “Todo Poder às Mulheres”, defendendo condições que favoreçam uma maior participação feminina em todas as instâncias de poder e de atuação na sociedade.

O prêmio, que está na 15ª edição, será entregue na terça-feira (8) durante a sessão solene do Congresso Nacional destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher. O evento ocorrerá no Plenário do Senado, a partir das 11 horas.

Agraciadas
Neste ano, o diploma Bertha Lutz também será entregue à ex-ministra Ellen Gracie Northfleet, primeira mulher a integrar e presidir o Supremo Tribunal Federal; à cirurgiã-dentista Lucia Regina Antony, ex-vereadora em Manaus, líder feminista, fundadora e ex-presidente do Comitê de Mulheres da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e da União de Mulheres de Manaus; à militante nas áreas de raça e gênero Luiza Helena de Bairros, ex-titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Social da Bahia e ex- ministra-chefe da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Racial do Brasil (2011 a 2014); e à escritora Lya Luft.

Histórico do prêmio
O Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz foi criado em 2001 e já premiou 75 mulheres. Entre elas, Rose Marie Muraro, escritora e feminista; Maria da Penha, farmacêutica que inspirou com sua luta pessoal a aprovação da Lei Maria da Penha; Zilda Arns, que foi coordenadora da Pastoral da Criança; a presidente Dilma Rousseff; e a ex-senadora Emília Fernandes, autora do projeto que deu origem à premiação.

O nome do prêmio é uma homenagem à bióloga Bertha Maria Julia Lutz (1894-1976). Ela foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil, responsável por ações políticas que resultaram em leis que deram direito de voto às mulheres e igualdade de direitos políticos no início do século 20.

O Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, presidido pela senadora Simone Tebet (PMDB-MS), é composto por 15 senadores que escolhem, anualmente, cinco pessoas entre as indicadas por qualquer um dos 81 senadores e senadoras. Desde o ano passado, quando foi aprovado projeto de lei alterando a Resolução 2/01, que institui o Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, podem ser indicados homens e não apenas mulheres.

Para a autora do proposta, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), "é preciso reconhecer que as mulheres não estiveram sozinhas na jornada em favor da igualdade entre os gêneros".

Agência Câmara Notícias
Com informações da Agência Senado

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