quinta-feira, março 09, 2017

Policiais Militares são investigados como autores do atentado em PE

Vítimas estavam dentro de um ASX, veículo da Mitsubishi, quando foram atingidas pelos disparos. Foto: Thamires Oliveira/Esp.DP

Quatro policiais militares estão sendo investigados como autores do atentado que resultou na morte de um homem e no ferimento de um cabo da Polícia Militar de Pernambuco. O crime aconteceu por volta das 8h desta quinta-feira, na Rua Jerônimo Vilela, no bairro de Campo Grande, no Recife, e assustou os moradores da localidade. O caso já está sendo acompanhado pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) e investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O delegado Paulo Furtado foi ao local do crime com sua equipe e iniciou as investigações. “O homem que morreu era ex-presidiário e o policial militar será ouvido. As investigações estão no começo e não podemos informar mais detalhes para não comprometer o trabalho”, pontuo o delegado.

Segundo a polícia, os suspeitos do crime chegaram em uma caminhonete de cor preta. As vítimas estavam dentro de um ASX, veículo da Mitsubishi, quando foram atingidas pelos disparos. Cerca de 30 marcas de tiros foram vistas na lataria do veículo. O cabo Eduardo Leite da Silva, 38 anos, lotado no 16º BPM, foi baleado de raspão na cabeça e passa bem. A esposa dele também estava no carro, mas não foi atingifa. Já o motorista, o arrumador Luciano Pereira da Silva, 38, conhecido como Lúcio da Bomba, morreu no Hospital da Restauração (HR), para onde ambos foram socorridos. O arrumador chegou ao HR inconciente e foi submetido a cirurgia de emergência, mas não resistiu. Já o policial militar foi submetido a uma tomografia, ficou em observação e deixou o hospital no final desta manhã.


Após o tiroteio, a esposa do PM, que não teve o nome revelado, pediu socorro em uma residência e foi acolhida por um casal que preferiu não se identificar. “Quando os tiros começaram eu fechei tudo e entrei. Quando o barulho passou, eu vim para a rua ver o que houve. Ela estava na porta muito assustada, pedindo para entrar”, contou o artesão de 42 anos. “Ela disse que no momento dos tiros o marido mandou ela deitar e um deles se deitou por cima dela, para que não fosse atingida. Ela estava melada de sangue, mas não estava ferida. Estava muito nervosa e queria ir embora”, completou a empresária de 38 anos. A esposa do PM permaneceu na residência do casal por cerca de 40 mnutos e depois fo levada pela PM.

No local do crime, um vizinho de Luciano Pereira, que não quis ter o nome divulgado, informou que a vítima teria cumprido pena por tentativa de homicídio e que seria amigo de infância do PM. “Ele sempre se precavia pelas represálias que já sofreu na vida, com inimizades. Ele já tinha sido preso antes, mas pagou a pena dele, não devia nada e estava tentando viver a vida dele. Ele era portuário e do sindicato dos arrumadores”, afirmou o vizinho. Dentro do veículo, os peritos encontraram três pistolas, dez estojos de calibre .40 e três de fuzil 762. A perícia identificou que tiros também foram disparados de dentro para fora do carro. A motivação do crime é desconhecida.

De acordo com a família da vítima, o veículo, com placa de São Paulo, teria sido comprado há cerca de 15 dias e ainda não estava no nome de Luciano Pereira por conta da greve do Detran. “Ele era trabalhador, participava do sindicato. Era um pai de família, tem três filhos. Tinha acabado de comprar um carro. Era um bom cidadão”, afirmou o irmão de Luciano, que preferiu não ter a identidade revelada.

Diário de Pernambuco

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