02 agosto 2025

Veja os principais destaques de capa do Jornal do Commercio deste sábado, 02 de agosto/2025

 



'Lula pode falar comigo a qualquer momento', diz Trump sobre crise das tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fala com repórteres no Gramado Sul da Casa Branca, em Washington DC, nos EUA - MARK SCHIEFELBEIN/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Em uma aparente mudança de tom na crise diplomática e comercial com o Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou nesta sexta-feira (1º) que está aberto a uma conversa direta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Ele pode falar comigo a qualquer momento", afirmou o líder republicano sobre Lula. "Vamos ver o que acontece com o Brasil. Eu amo as pessoas de lá", acrescentou.

A declaração representa uma reviravolta no cenário, já que, nos últimos dias, o próprio Lula e seus ministros vinham reclamando publicamente que as tentativas de diálogo com o governo americano não estavam sendo correspondidas.

Apesar da porta aberta para a negociação, Trump manteve o componente político da crise na mesa. Na mesma fala, ele voltou a criticar o Brasil pelo que considera um tratamento inadequado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, principal justificativa que o americano tem usado para a ameaça de impor uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.

Por Túlio Feitosa

Frutas, açúcar e etanol: entidades em Pernambuco cobram reação diplomática às tarifas de 50% dos EUA

A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros acendeu o alerta entre produtores de manga, açúcar e etanol do Nordeste. A medida afeta a competitividade no Vale do São Francisco e também a cota histórica de isenção para o açúcar nordestino, em vigor desde 1960.

Para entender os impactos, o programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, ouviu Guilherme Coelho, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas), e Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar/PE). Eles apontam riscos imediatos à economia regional e cobram reação diplomática urgente.

Prazo para exportação é apertado

Segundo o presidente da Abrafrutas, o setor foi pego de surpresa, tendo em vista que cacau, manga e café não eram produzidos nos Estados Unidos e lamentou que, ainda assim, a manga entrou no pacote de produtos tarifados em 50%.

As exportações da fruta ainda não começaram, mas o prazo é apertado para recalcular possíveis rotas. "Não tem manga no mar. Está tudo aqui no pé. Mas a partir de agora é que vai começar (a colheita)", explicou Guilherme. A variedade exportada, a Tommy Atkins, é específica para o mercado norte-americano, o que inviabiliza a venda para a Europa ou a absorção no mercado interno.
Impacto nos pequenos produtores

A cadeia da manga no Vale do São Francisco envolve milhares de trabalhadores, muitos que vendem a produção em consignação para as packing houses – onde frutas, legumes e verduras passam por preparação antes de serem distribuídas. Caso a tarifa permaneça, o impacto financeiro será severo: "Colapsa totalmente, o preço vai para o chão, não vale nem a pena colher", explica Guilherme.

O presidente também destacou o risco de inadimplência na região, visto que "todo produtor vai ao seu banco. Toma o seu custeio. Paga o custeio, renova. Outro toma investimento. Esse pessoal não vai ter como pagar. Aí começa a rolar a dívida. Dá carência. Confusão em cima de confusão", afirmou.

A colheita e exportação ocorrem em um intervalo curto de 90 dias, ou "tiro curto", como é chamado. Caso o impasse com os EUA não seja resolvido até o dia 6 de agosto, será difícil evitar prejuízos.

Blog de Assis Ramalho
Fonte: Jornal do Commercio


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