domingo, setembro 06, 2020

Troca de tiros entre major da PM e policial em bar em Pernambuco deixa dois mortos e vários feridos


Agentes de segurança pública estavam em um bar em Boa Viagem, quando iniciaram uma discussão, segundo a Polícia Militar. Os dois ficaram feridos.

Um major da Polícia Militar e um policial penal trocaram tiros após uma discussão em um bar no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na noite do sábado (5), segundo a Polícia Militar. O tiroteio deixou dois homens mortos e cinco pessoas feridas, sendo duas delas os agentes de segurança pública.

Os mortos eram clientes do bar e, segundo testemunhas, não estavam envolvidos na briga. Eles foram identificados como Ekel de Castro Pires, de 69 anos, e Claudio Bezerra Bandeira de Melo Sobrinho, de 57 anos.

O bar fica localizado na esquina da Rua Professor José Brandão com a Rua Antônio de Sá Leitão. A troca de tiros, segundo a investigação, aconteceu entre o policial militar José Dinamérico Barbosa da Silva Filho e o policial penal Ricardo de Queiroz Costa. Não há informação sobre qual deles sacou a arma primeiro. O G1 tenta localizar a defesa dos dois agentes.

O motivo da discussão não foi divulgado pela Polícia Militar, mas informações iniciais apontam que teria a ver com a mulher de um dos agentes de segurança pública. Os dois agentes ficaram feridos e foram levados para hospitais particulares. Ambos foram autuados em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio, de acordo com a Polícia Civil.

O cônsul do Paraguai, Guillermo Insfran, confirmou que, entre os feridos no tiroteio, está o filho dele, Eduardo Insfran. Segundo o diplomata, Eduardo foi atingido na barriga, mas de maneira superficial.

Um vídeo, enviado ao G1 pelo WhatsApp, mostrou o socorro a um dos feridos após o tiroteio (veja vídeo abaixo). Nas imagens, uma pessoa está no chão e é ajudada por outras a levantar, entrando em um carro.

O policial penal estava no bar com a mulher e dois filhos, segundo a investigação. O major da PM também estava acompanhado de parentes. Entre os dois, havia muitos clientes, segundo o relato das testemunhas.

A Polícia Militar afirmou que foram apreendidos no local três pistolas, quatro carregadores e 39 munições de calibres diversos. O material foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que conduz a investigação.

Peritos do Instituto de Criminalística (IC) analisaram o local na noite do sábado (5) e na manhã deste domingo (6). Eles também recolheram imagens do circuito interno de segurança dos prédios da vizinhança.

A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social investiga a conduta dos agentes públicos. A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que vai acompanhar as investigações do caso.

O policial penal Ricardo de Queiroz está há oito anos na Secretaria de Ressocialização e faz parte do Grupo de Operações e Segurança da Seres (Gos-Seres). O major José Dinamérico está cedido ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, onde é ajudante de ordem da presidência.

O major e dois clientes do bar, Eduardo Insfran e Eva Valéria do Nascimento, foram socorridos para o Real Hospital Português, no bairro do Paissandu. O hospital informou que não poderia repassar detalhes do estado de saúde.

Outro ferido no tiroteio, George Mauro Vasconcelos, foi socorrido para o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby. O G1 entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

O policial penal Ricardo de Queiroz Costa foi levado para o Hospital Santa Joana, no bairro das Graças. Segundo a Seres, ele foi atingido por três tiros e o quadro de saúde era considerado estável, neste domingo (6).

PM punido anteriormente

O major da PM envolvido no tiroteio em Boa Viagem foi punido, em 2017, por uma confusão com um oficial superior durante uma confraternização, segundo o boletim geral da Secretaria de Defesa Social, disponível no portal do órgão.

O policial foi acusado de "atacar a honra de oficial superior" em um post em um grupo de WhatsApp e também de supostamente agredir oficial com um empurrão durante confraternização, ocorrida em 2013, ainda de acordo com o documento. Na ocasião, ele foi punido com pena disciplinar de 30 dias de prisão.

Por G1 PE

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