sábado, março 19, 2016

Saúde com Ciência: Tuberculose tem situação atual estável, mas combate continua



Na semana do Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24/3), Saúde com Ciência destaca grupos mais vulneráveis e formas de diagnóstico. Episódios diários são apresentados de segunda a sexta, em intervalos da programação, na Web Rádio Petrolândia

Em 24 de março de 1882, o Bacilo de Koch, agente causador da tuberculose, foi descrito pela primeira vez pelo médico alemão Robert Koch. De lá pra cá, a doença se tornou problema de saúde pública no Brasil, mas seus números vêm diminuindo… Nos últimos 17 anos, as taxas de incidência caíram 38,7% e as de mortalidade 33,6%. Se as ocorrências atuais estão estáveis, ainda são notificados, em média, mais de 70 mil infecções e 4 mil óbitos, segundo dados do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT).

Como a doença pode ser transmitida pelo ar, ninguém está imune. Além dos fatores ligados ao sistema imunológico de cada indivíduo, o contágio da infecção pode ser facilitado pela pobreza e más condições de saúde, o que aumenta as possibilidades de determinados grupos. “Na população indígena, o risco de ter a doença é três vezes maior, no caso das pessoas privadas de liberdade e de quem tem o vírus HIV/Aids, é 28 vezes maior. E em relação aos moradores de rua é ainda mais impressionante: 32 vezes maior”, detalha o médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Dirceu Greco.

Esses grupos estão mais propensos devido a fatores como o descuido e desinformação em relação ao diagnóstico da tuberculose, a quantidade de presos existentes no país e o preconceito relacionado aos moradores de rua. Outros grupos mais vulneráveis envolvem indivíduos com diabetes e pessoas que, devido ao uso de medicamentos, apresentam baixa imunidade.

Hábitos de vida e falta de cuidado médico adequado também são observados por Greco, uma vez que podem, inclusive, prejudicar o tratamento. “Uma vulnerabilidade está nas pessoas que têm uma má alimentação ou acesso mais precário aos cuidados médicos. Melhorias na alimentação e nos cuidados facilitarão que a resposta ao tratamento seja melhor também”, compara.

Tuberculose e HIV/Aids

De acordo com o PNCT, 10% dos indivíduos diagnosticados com a tuberculose em 2014 são soropositivos. Essa coinfecção é uma das condições de maior impacto na mortalidade de ambas as doenças, já que o HIV diminui a resposta imunológica do organismo e os efeitos, tanto do vírus como da tuberculose, são potencializados.

“O paciente que foi diagnosticado com tuberculose e está sendo tratado certamente deve realizar um rastreamento de outras infecções, e o HIV é uma delas”, explica Greco. Nos casos de coinfecção, o tratamento para a tuberculose é semelhante aos demais casos, a diferença é que o indivíduo deve ser acompanhado por duas equipes de saúde, uma especializada em tuberculose e outra em HIV/Aids.

Diagnósticos

O método mais comum para confirmar a infecção por tuberculose é a baciloscopia, por coleta do escarro do paciente, mas existem outras formas de diagnóstico. Em pessoas que tiveram contato direto com pacientes infectados, é recomendável o teste cutâneo para tuberculose, conhecido como PPD, mesmo se não apresentarem sintomas.

A professora da Faculdade de Medicina, Silvana Spindola, diz que recentemente foi introduzido no Brasil o Teste Rápido Molecular, que realiza o diagnóstico de forma mais simples. “No caso do Teste Rápido, não é preciso saber ler um microscópio, como na baciloscopia. Nele, a pessoa tem que ser treinada apenas para manusear o equipamento, já que a máquina dá o resultado”, esclarece a médica epidemiologista.

Sobre o programa de rádio

O Saúde com Ciência apresenta a série “Combate à Tuberculose 2016” entre os dias 21 de 25 de março. O programa, produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG, tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

Ele também é veiculado em outras 174 emissoras de rádio, distribuídas em todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG

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