quarta-feira, fevereiro 03, 2016

Nota do Governo em defesa do secretário de Justiça provoca reação dos deputados

Joel da Harpa defendeu afastamento de Pedro Eurico da secretaria. (Foto: Giovanni Costa)

A declaração do titular da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Pedro Eurico, de que comunica-se por telefone com presidiários para receber denúncias de tortura no sistema prisional voltou a ser assunto no Plenário da Assembleia Legislativa. Nesta quarta (3), deputados foram à tribuna lamentar nota do Governo, publicada na noite de ontem, em que a gestão diz que o secretário foi “mal compreendido” e que o número de telefone do gestor teria sido entregue a familiares de presos, não diretamente aos detentos. A afirmação do gestor havia sido feita durante reunião da Comissão de Cidadania, na terça (2).

“É mesmo de indignar. A nota não condiz com a realidade dos fatos, e o Governo deve achar que nós deputados estaduais e toda a imprensa presente somos qualquer coisa”, protestou o líder da Oposição, Sílvio Costa Filho (PTB). “O secretário falou expressamente que conversa com os presidiários, e inclusive vamos ao Ministério Público para descobrir o teor desses diálogos”, anunciou.

Para Edilson Silva (PSOL), a nota “é um desrespeito aos parlamentares, por desmentir afirmações ditas em alto e bom som em uma comissão permanente deste Poder”. Na opinião do psolista, a manifestação de apoio ao secretário tem intenções políticas, e parte do interesse do PSB – partido do governador Paulo Câmara e do prefeito do Recife, Geraldo Júlio – de não se indispor com aliados para as eleições na capital. “Seria mais honesto explicar isso, e não empurrar uma versão absolutamente falsa que causa indignação”, comentou Silva.

Joel da Harpa (PROS) defendeu o afastamento do titular da SJDH, e considerou “perigosíssima” a permanência de Pedro Eurico no cargo. “Homicídios, assaltos a banco e sequestros são ordenados de dentro das prisões através dos celulares, e a continuidade de um secretário conivente com isso é uma ameaça ao povo de Pernambuco”, sustentou.

Alepe

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