
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, considerou hoje uma "conquista histórica" o anúncio da Organização das Nações Unidas (ONU) de que o país saiu novamente do mapa da fome. "É com grande orgulho e imensa alegria que informo: O Brasil está fora do mapa da fome, mais uma vez. Isso significa que reduzimos a insegurança alimentar grave e a subnutrição para menos de 2,5% da população. Uma conquista histórica que mostra que, com políticas públicas sérias e compromisso com o povo, é possível combater a fome e construir um país mais justo e solidário", relatou Lula nas redes sociais.
Num relatório divulgado hoje, a FAO, agência da ONU especializada em Alimentação e Agricultura, informou que o Brasil registra menos de 2,5% da população em risco de subnutrição, o que tira o país da categoria de insegurança alimentar grave, após três anos. O Brasil já havia saído da lista de países com fome em 2014. No entanto, após a análise dos dados de 2018 a 2020, as Nações Unidas voltou a colocar o país na categoria.
Agora, com base na média de dados de 2022 a 2024, o novo relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025" concluiu que o índice de risco caiu novamente abaixo do limite de 2,5%, considerado o critério para saída do mapa da fome.
ONU aponta que até 720 milhões de pessoas passaram fome em 2024
O relatório indicou que a fome diminuiu em quase todo o mundo em relação aos anos anteriores, exceto na África e no Oriente Médio, onde entre 12 a 20 pessoas em cada 100 não têm comida suficiente para viver. Mesmo com a redução geral no mundo, em 2024 entre 673 e 720 milhões de pessoas passaram fome. Um número que representa 8,2% da população global, mas que é, sobretudo, causado pelas crises alimentares que foram vividas na região do Oriente Médio e, ainda mais, no continente africano.
Na África e no Oriente Médio, a fome aumentou com constância, inclusive em países onde a crise é prolongada, e ultrapassou, no caso do continente africano, os 20% da população. Esta percentagem significa que uma em cada cinco pessoas que vivem em África passou fome no ano passado, ou seja, 307 milhões de pessoas.
No Oriente Médio é estimado que 12,7% da população, ou mais de 39 milhões de pessoas, possam ter enfrentado fome no ano passado, sendo que a principal crise registrada aconteceu na Faixa de Gaza, onde o acesso dos habitantes a alimentos, água potável entre outros itens essenciais foi bloqueado por Israel.
O relatório adianta que a fatia da população global que viveu com fome no ano passado ficou abaixo dos 8,5% registrados em 2023 e dos 8,7% em 2022. Com base na estimativa média de 673 milhões de pessoas com fome, isto representa uma redução de 15 milhões de pessoas em relação a 2023 e de 22 milhões em relação a 2022.
As melhorias que mais se destacam aconteceram no sul da Ásia, refletindo principalmente novos dados da Índia, mas também na América Latina. A fome na Ásia abaixou de 7,9% em 2022 para 6,7% (ou 323 milhões de pessoas) em 2024.
Isabel Alvarez
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