
Ana Beatriz Sousa - Correio da Bahia
Preta Gil será velada nesta sexta-feira (25), das 9h às 13h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, lugar simbólico escolhido para a despedida pública da artista, que morreu no último domingo (20), aos 50 anos, vítima de um câncer no intestino. Em seguida, o corpo será cremado em cerimônia reservada à família e amigos próximos, às 14h, no Cemitério da Penitência, no bairro do Caju/RJ.
A decisão pela cremação, um pedido feito por ela ainda em vida, surpreendeu parte do público, especialmente por Preta Gil ser conhecida por sua ligação com o candomblé. A dúvida que surgiu para muitos: “Cremar é permitido dentro das religiões de matriz africana?”
Preta Gil nunca se limitou a uma única tradição religiosa. Ao longo da vida, ela transitou entre o candomblé, o catolicismo (era devota de Nossa Senhora Aparecida), e práticas espirituais diversas. Era comum vê-la vestindo branco às sextas-feiras, carregando guias de Oxalá, frequentando terreiros e ao mesmo tempo usando água benta e expressando respeito por todas as manifestações de fé.
Essa vivência espiritual múltipla refletia sua personalidade aberta: Preta valorizava amor, união e tolerância entre as crenças. Para ela, espiritualidade era acolhimento e conexão.
Cremação no candomblé: é proibida?
Nas tradições afro-brasileiras, como o candomblé, há um valor simbólico forte na devolução do corpo à terra. Segundo a religião, Nanã entregou a Oxalá o barro com o qual os humanos foram moldados, e por isso, o sepultamento costuma ser preferido. A terra representa o ciclo da vida e a reconexão com os orixás, especialmente Obaluaiê, ligado à cura, morte e à renovação.
No entanto, isso não significa que a cremação seja proibida. De acordo com o babalorixá Rodney William, em entrevista ao Mundo Negro, não existe uma regra rígida que impeça a cremação. As práticas variam entre as diferentes nações e casas de santo. "Cabe à família e à vontade da pessoa. Não há uma proibição formal no candomblé", afirmou.
Em entrevista recente à revista Quem, Pai Celinho, babalorixá ligado à trajetória espiritual de Preta Gil, contou que ela foi cuidada em vida de forma especial. A primeira obrigação de santo da artista foi realizada no tradicional terreiro do Gantois, em Salvador, aos 15 anos.

Ana Beatriz Sousa - Correio da Bahia
Preta Gil será velada nesta sexta-feira (25), das 9h às 13h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, lugar simbólico escolhido para a despedida pública da artista, que morreu no último domingo (20), aos 50 anos, vítima de um câncer no intestino. Em seguida, o corpo será cremado em cerimônia reservada à família e amigos próximos, às 14h, no Cemitério da Penitência, no bairro do Caju/RJ.
A decisão pela cremação, um pedido feito por ela ainda em vida, surpreendeu parte do público, especialmente por Preta Gil ser conhecida por sua ligação com o candomblé. A dúvida que surgiu para muitos: “Cremar é permitido dentro das religiões de matriz africana?”
Preta Gil nunca se limitou a uma única tradição religiosa. Ao longo da vida, ela transitou entre o candomblé, o catolicismo (era devota de Nossa Senhora Aparecida), e práticas espirituais diversas. Era comum vê-la vestindo branco às sextas-feiras, carregando guias de Oxalá, frequentando terreiros e ao mesmo tempo usando água benta e expressando respeito por todas as manifestações de fé.
Essa vivência espiritual múltipla refletia sua personalidade aberta: Preta valorizava amor, união e tolerância entre as crenças. Para ela, espiritualidade era acolhimento e conexão.
Cremação no candomblé: é proibida?
Nas tradições afro-brasileiras, como o candomblé, há um valor simbólico forte na devolução do corpo à terra. Segundo a religião, Nanã entregou a Oxalá o barro com o qual os humanos foram moldados, e por isso, o sepultamento costuma ser preferido. A terra representa o ciclo da vida e a reconexão com os orixás, especialmente Obaluaiê, ligado à cura, morte e à renovação.
No entanto, isso não significa que a cremação seja proibida. De acordo com o babalorixá Rodney William, em entrevista ao Mundo Negro, não existe uma regra rígida que impeça a cremação. As práticas variam entre as diferentes nações e casas de santo. "Cabe à família e à vontade da pessoa. Não há uma proibição formal no candomblé", afirmou.
Em entrevista recente à revista Quem, Pai Celinho, babalorixá ligado à trajetória espiritual de Preta Gil, contou que ela foi cuidada em vida de forma especial. A primeira obrigação de santo da artista foi realizada no tradicional terreiro do Gantois, em Salvador, aos 15 anos.

Pai Celinho D'Omolu e Preta Gil Crédito: Reprodução/Instagram
“Ela era filha de Oxum. Não foi iniciada formalmente, mas isso não tira sua ligação espiritual”, explicou. Para ele, a escolha pela cremação não diminui o valor da transição espiritual, "Uma pessoa que teve todo esse processo, essa pessoa está evoluindo. O espírito dessa pessoa está evoluindo. Ela entra num processo de evolução muito rápido, principalmente por ter sido uma doença terminal. Então, ela está muito bem neste momento".
“Ela era filha de Oxum. Não foi iniciada formalmente, mas isso não tira sua ligação espiritual”, explicou. Para ele, a escolha pela cremação não diminui o valor da transição espiritual, "Uma pessoa que teve todo esse processo, essa pessoa está evoluindo. O espírito dessa pessoa está evoluindo. Ela entra num processo de evolução muito rápido, principalmente por ter sido uma doença terminal. Então, ela está muito bem neste momento".
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