/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/P/s/Jg1D3IQA2MsQmDE4VMEw/whatsapp-image-2025-07-29-at-16.37.22.jpeg)
Bolsonaro acena a aliados durante evento em Brasília — Foto: Brenno Carvalho/OGLOBO
Por Luísa Marzullo — O Globo/Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta terça-feira de uma motociata em Brasília, mas sem subir em uma motocicleta, marca registrada de seus atos de campanha e governo. Acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), ele acompanhou o percurso a bordo de um trio elétrico.
Em silêncio durante todo o trajeto, Bolsonaro não discursou nem interagiu com os apoiadores. Coube a seus aliados os acenos públicos e as críticas à Justiça. O senador Marcos Rogério (PL-RO), que também participou do ato, afirmou que o ex-presidente vem sendo alvo de “sanções desproporcionais” e sugeriu que as medidas cautelares violam o direito à liberdade de expressão.
— Por enquanto, presumimos que estamos em uma democracia — disse. — E não pode um presidente ter sua voz calada.
A motociata, que partiu da região da Granja do Torto, teve faixas com mensagens de apoio a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que anunciou um tarifaço ao Brasil. Alguns cartazes criticavam o STF e traziam apelos por “liberdade”.
O gesto ocorre após novas decisões judiciais contra Bolsonaro, que atualmente cumpre medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e está proibido de usar redes sociais, mesmo que em contas de terceiros. A decisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes no inquérito que apura a articulação de ações contra autoridades brasileiras, incluindo uma frente nos Estados Unidos da qual seu filho Eduardo Bolsonaro teria participado.
Segundo aliados, Bolsonaro chegou a manifestar desejo de participar do evento sobre uma moto, como fazia frequentemente durante o mandato. Mas foi desaconselhado por seus advogados, que avaliaram que qualquer gesto mais poderia ser interpretado como provocação ou até como descumprimento simbólico das medidas do STF.
A preocupação da equipe jurídica é que imagens do ato, registradas por apoiadores e divulgadas nas redes sociais, pudessem gerar questionamentos judiciais. Por isso, a estratégia tem sido de contenção e discrição.
A presença de Michelle e Flávio ao lado do pai no trio elétrico buscou reforçar a imagem de união familiar. Em uma tentativa de preservar o capital do ex-presidente, foram tocados seus jingles das eleições de 2022.
Ele deixou o ato por volta das 16h e seguiu para sua casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.