sábado, dezembro 05, 2015

Amostras de leite adulterado em Pernambuco tinham soda cáustica e água oxigenada


Soda cáustica, água oxigenada, salmonela e até bactéria que causa meningite foram alguns dos elementos encontrados em amostras de leite e derivados na perícia prévia que a Polícia Federal (PF) fez em Pernambuco, dentro da Operação Longa Vida, deflagrada ontem (4). Quatro indústrias de laticínios localizadas no estado são investigadas. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão nas empresas e mais de 30 mandados de condução coercitiva para reunir mais informações sobre as suspeitas.

Segundo a delegada federal Carla Patrícia, a investigação começou em março a partir de uma notícia-crime do Ministério da Agricultura que denunciava a adulteração de leite para comercialização. Além, da notícia-crime, havia cerca de 20 queixas de consumidores na ouvidoria do ministério. Desde então, foram feitas diligências para identificar em qual elo da cadeia produtiva ocorria a adulteração. As amostras que continham substâncias impróprias eram as de produtos disponíveis em supermercados.

A delegada informou que a polícia esteve hoje nas indústrias investigadas para tentar descobrir o motivo da adulteração. Segundo a delegada, existem duas formas de tirar proveito econômico do leite adulterado. "Em uma delas, acrescenta-se água, o que faz com que o leite perca valor nutricional. Esse tipo de adulteração está previsto no Código Penal. A outra forma é quando o leite está estragado e há um processo químico para evitar a percepção desse processo. Aí, para obter o efeito de 'leite bom', coloca-se soda cáustica, água oxigenada e várias outras substâncias”, explicou Carla Patrícia.

Os produtos apreendidos hoje nas indústrias investigadas passarão por análises para verificar, com precisão, quais substâncias foram usadas na adulteração do leite. De acordo com a delegada, por determinação judicial, os nomes das empresas não serão divulgados até a conclusão dos trabalhos.

A Operação Longa Vida também investiga a suspeita de conivência de servidores do Ministério da Agricultura no processo de adulteração do leite. A Polícia Federal verifica se houve omissão na fiscalização dos itens que foram liberados para comercialização. A assessoria de imprensa do ministério informou que está avaliando a situação e deve se posicionar em breve.

Agência Brasil

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