11 julho 2025

Campeão mundial com a Seleção Brasileira de vôlei é assassinado dentro de carro



Crédito: Tupy,fm

O ex-jogador da Seleção Brasileira de vôlei, Everton Fagundes Pereira da Conceição, conhecido como “Boi”, foi assassinado na noite desta quinta-feira (10) em Cuiabá. Ele tinha 46 anos e foi encontrado morto dentro de uma caminhonete após ser baleado. O crime aconteceu nas imediações do Posto Bom Clima e está sendo investigado pela Polícia Civil de Mato Grosso.

Segundo informações da Polícia Militar, a equipe que patrulhava a região se deparou com um acidente envolvendo a caminhonete de Everton e uma F-350 verde. Ao se aproximarem, os policiais constataram que o ex-atleta já havia sido atingido por tiros e não apresentava sinais vitais. Testemunhas contaram que o autor dos disparos estava dentro do carro com a vítima e fugiu logo após os tiros, trocando de veículo para escapar. O Samu foi acionado e confirmou a morte no local.

Uma mulher procurou a delegacia para relatar que seu ex-marido teria sequestrado Everton pouco antes do homicídio, utilizando o mesmo carro onde ele foi encontrado. A principal suspeita da polícia é de que o crime tenha motivação passional, com base nos primeiros depoimentos colhidos e nas circunstâncias do assassinato. A investigação busca agora confirmar essa versão e identificar os envolvidos.


Everton "Boi" em atuação pelo NEC, time de voleibol do Japão — Foto: Reprodução/Instagram

Everton “Boi” era natural de Várzea Grande-MT e vinha de uma família tradicional da cidade. Era filho do ex-goleiro João Fagundes da Conceição, conhecido como “Fagundão”, que defendeu o Operário Várzea-grandense nos anos 1980. Criado entre os bairros Cristo Rei e Jardim Glória, Everton estudou em colégios locais antes de se destacar no esporte. Começou no vôlei ainda na adolescência e rapidamente chamou atenção por seu porte físico, altura (1,97m) e potência ofensiva.


Ex-jogador de vôlei bateu caminhonete antes de ser assassinado — Foto: Robson Moura

Com apenas 16 anos, foi convocado para a Seleção Brasileira infanto-juvenil e integrou a equipe que conquistou o título mundial de 1995, em Porto Rico. No ano seguinte, também foi campeão sul-americano da categoria, no Paraguai. A performance nas categorias de base o lançou para o voleibol profissional, onde teve uma carreira com passagens marcantes por clubes nacionais e internacionais.

No Brasil, defendeu equipes como Fiat/Minas, Suzano, São Caetano e Vôlei Futuro. Atuando como oposto, era conhecido por sua força no ataque e por liderar estatísticas de pontuação. Fora do país, passou por clubes da Espanha, Argentina e Japão — neste último, vestiu a camisa do NEC Blue Rockets e terminou como um dos principais pontuadores da liga japonesa. Retornou ao Brasil no fim da primeira década deste século e encerrou a carreira no Cuiabá Vôlei Clube, por onde também colaborou com projetos locais de desenvolvimento esportivo.

Embora tivesse uma passagem anterior pela polícia por falsidade ideológica, Everton era uma figura reconhecida no meio esportivo de Mato Grosso e respeitada por sua trajetória nas quadras. Sua morte gerou grande comoção entre ex-companheiros, treinadores e torcedores que acompanharam seu desempenho nos anos 1990 e 2000.

Por Redação do ge — Cuiabá

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