terça-feira, maio 01, 2018

O que se sabe e o que falta esclarecer sobre o incêndio e o desabamento em São Paulo

Edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou em SP após incêndio, foi projetado na década de 1960 e era patrimônio histórico. Igreja Evangélica Luterana também desabou em parte após ser atingida pelos escombros (Foto: Reprodução/TV Globo)

O edifício Wilton Paes de Almeida desabou após um incêndio na madrugada desta terça-feira (1º). Ocupado por dezenas de famílias sem-teto, o imóvel tinha sido tombado em 1992 por ser considerado "bem de interesse histórico, arquitetônico e paisagístico".

Veja abaixo o que se sabe sobre o incêndio:

Como o fogo começou?
Até as 11h de terça, não havia confirmação. Relatos apontam que o incêndio começou no 5º andar por volta da 1h30 de terça-feira (1º). O incêndio será investigado pela Polícia Civil.

O incêndio deixou feridos ou mortos?

Até por volta das 10h de terça, os bombeiros afirmavam que havia ao menos um desaparecido.

Imagens registradas pelo cinegrafista Abiatar Arruda, da TV Globo, mostram que uma equipe dos Bombeiros estava no topo do prédio vizinho, de onde buscava resgatar um homem. O morador estava já com um cinto de segurança e atado a uma corda, mas ele caiu junto com o prédio antes de ser puxado para o teto do prédio vizinho.

O que dizem os bombeiros até agora sobre o incêndio?

O capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros em São Paulo, disse que as condições do prédio e da ocupação podem ter contribuído.


"Ele tinha elevadores que foram substituídos (retirados). Então, esses dutos de ar que eles tinham no meio, pelo fosso do elevador, eles acabam formando uma chaminé. Você tinha muito material combustível: madeira, papel, papelão, algo que fez com que essa chama se propagasse com rapidez. E a própria estrutura do prédio, sem os elevadores, formando essa chaminé, fez com que causasse o incêndio de forma generalizada na edificação", disse Palumbo.

De quem era o imóvel e quem morava nele?

O imóvel pertencia à União, e estava sem uso oficial. Ele chegou a abrigar a sede do INSS e da Polícia Federal. O edifício foi colocado para leilão em 2015. Antes do incêndio, alguns dos pavimentos estavam ocupados por grupos sem-teto.

A ocupação era conhecida por autoridades?

Sim. Prefeito, governador, presidente e bombeiros dizem que a situação do imóvel não era ignorada.

Quantas famílias moravam no local? Para onde serão levadas?

A Prefeitura diz ter cadastrado, até por volta das 10h de terça-feira, 248 pessoas, de 92 famílias, que estavam no local na hora do incêndio. No dia 10 de março, a administração municipal cadastrou cerca de 150 famílias que afirmavam morar no prédio, somando 400 pessoas. Desse total, 25% eram famílias estrangeiras.

Além do prédio que desabou, o que mais foi afetado?

O incêndio atingiu dois prédios vizinhos. O desabamento do prédio atingiu o teto e paredes da Igreja Evangélica Luterana de São Paulo.

Qual o impacto do incêndio na região?

Para que o atendimento das equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e da assistência social possam atuar foram bloqueadas as seguintes vias pela CET: Avenida Rio Branco x Avenida Ipiranga; Avenida São João x Rua Conselheiro Crispiniano; Largo do Paissandu; Avenida Ipiranga x Rua dos Andradas; Avenida Ipiranga x Rua do Boticário. Os motoristas são orientados a evitar as imediações das interdições.

A SPTrans informa que 40 linhas de ônibus foram afetadas. As linhas quem tem como destino final a Praça Ramos param no Largo do Arouche, e aquelas que se dirigem para o Largo do Paissandu e para a Praça do Correio param na Praça Princesa Isabel.

Além disso, a Linha 2002-10 Terminal Parque Dom Pedro II-Terminal Bandeira está sendo desviada pelo eixo das avenidas Senador Queirós e Prestes Maia.

Arte mos

Arte mostra prédio que pegou fogo no Centro de São Paulo (Foto: Editoria de Arte/G1)

G1 SP

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