quinta-feira, fevereiro 23, 2017

Parque Nacional do Caparaó, entre MG e ES, mantém suspensão temporária da visitação

A medida visa resguardar saúde da população devido ao surto de febre amarela que atinge a região onde fica o parque nacional entre Minas e Espírito Santo

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) determinou, no dia 18 deste mês, a manutenção do fechamento temporário do Parque Nacional do Caparaó, na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

A suspensão da visitação por mais 15 dias busca resguardar a saúde da população por causa do surto de febre amarela que atinge a região. Nesse período, ficam suspensos os agendamentos para visitação. Saiba mais no comunicado no site do parque.

Alinhamento

A decisão do ICMBio está alinhada com recomendações das secretarias estaduais de Saúde de Minas Gerais e do Espírito Santo, das prefeituras locais e da Vigilância Sanitária. O objetivo é evitar que o surto de febre amarela, que se concentra em cidades do leste de Minas e municípios fronteiriços capixabas, se alastre para outras regiões.

O Parque Nacional do Caparaó abrange quatro municípios no lado mineiro – Alto Caparaó, Caparaó, Alto Jequitibá e Espera Feliz – e seis no lado capixaba – Iúna, Ibitirama (onde fica o Pico da Bandeira), Irupi, Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço Guaçuí e Alegre.

Neste período do ano, o parque atrai muitos visitantes. Seus principais acessos são o Portal Pedra Menina, em Dores do Rio Preto (ES), por onde se chega a Casa Queimada, início da trilha via Caparaó-Capixaba para o Pico da Bandeira, e o Portal Alto Caparaó, no município de Alto Caparaó (MG), com estrada até o mirante do acampamento Tronqueira, origem da trilha pela vertente mineira ao Pico da Bandeira. Todos eles estão, a partir desta sexta-feira (3), fechados ao público.

Nota dos especialistas

Representantes da comunidade científica brasileira, ligados à área da conservação dos primatas, expediram nesta quarta-feira (15) nota à imprensa, em anexo, alertando para um desastre ambiental “gravíssimo” que ocorre neste momento: a mortandade sem precedentes na história do país de macacos da Mata Atlântica em função do vírus da febre amarela.

Na nota, os especialistas mostram-se preocupados, não só com a dimensão das mortes de animais, mas, também, com a disseminação de “informações equivocadas”, que dão a entender que os macacos são responsáveis pela “existência do vírus” e “por sua transmissão aos humanos”.

Isso não procede, fazem questão de destacar os estudiosos, que pedem na nota o apoio da imprensa nacional (jornais, rádios, TVs e sites na internet) para a divulgação das informações corretas.

Segundo eles, os macacos, assim como os humanos, não transmitem o vírus. Pelo contrário, são vítimas da doença. Ao serem contaminados, os primatas cumprem a função de “sentinela”, ou seja, alertam para o surgimento da doença. Por isso, em vez de molestados, devem ser preservados.

As “informações equivocadas”, ressaltam os pesquisadores, já estão levando pessoas, principalmente nas áreas rurais onde ocorre o surto, a maltratarem ou, até, matarem macacos para, supostamente, se proteger da febre amarela, como ocorreu entre 2008 e 2009 no Rio Grande do Sul. “Isso não pode se repetir”, diz a nota.

O documento é subscrito por primatólogos, zoólogos, ecólogos, veterinários, epidemiologistas e gestores públicos, membros de conceituadas universidades, sociedades científicas, centros de pesquisa e instituições voltadas para a conservação dos primatas.

Divisão de Comunicação Social - DCOM
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio
Ministério do Meio Ambiente

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