segunda-feira, janeiro 19, 2015

Sargento da PM é assassinado durante rebelião no Complexo Prisional do Curado, Zona Oeste do Recife

Sargento chegou a ser socorrido pelos companheiros, mas faleceu
Bobby Fabisak/JC Imagem

Soldados do Batalhão de Choque e da PM chegam para reforçar segurança no Complexo do Curado (Foto: Gabriela Lisboa / TV Globo)
Presos também pediam a presença do TJPE e do promotor Marcelo Ugiette (Foto: Reprodução/ TV Globo)

A assessoria da Polícia Militar confirmou, na tarde desta segunda-feira (19), a morte de um sargento que trabalhava no Batalhão de Guarda do Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, na Zona Oeste do Recife. Carlos Silveira do Carmo, 44 anos, 24 deles dentro da PM, ainda chegou a ser socorrido para o Hospital Otávio de Freitas, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. Os soldados do Batalhão de Choque entraram no presídio no meio da tarde.

Em nota, a corporação informou que ele "foi atingido por um projétil de arma de fogo, durante inspeção na guarita central que liga as três unidades daquele complexo prisional, onde ocorreu um tumulto generalizado em duas unidades, durante o dia de hoje". Foi decretado luto oficial na PM-PE por três dias.

Também através de nota, a chefia da Polícia Civil de Pernambuco informou que designou o delegado João Paulo Andrade, da 4ª Delegacia de Homicídio, para apurar a morte dBarulho de tiros e bombas.

No início desta tarde, a reportagem do NETV registrou uma confusão em um dos pavilhões do complexo prisional. A equipe ouviu ruído de tiros e bombas e observou pelo menos treze presos feridos sendo socorridos por outros reeducandos. No mesmo local aconteceu, pela manhã, uma manifestação pacífica por mais celeridade no julgamento dos processos judiciais.


O Corpo de Bombeiros, que mantém seis ambulâncias no local, atendeu pelo menos quatro detentos, até as 17h, e os encaminhou para o Hospital da Restauração. Motos-resgate e carros para combate a incêndio também estão do lado de fora do presídio. De manhã, não houve chamas a serem combatidas.

Pernambuco", "Queremos [o promotor das Execuções Penais do Ministério Público] Marcelo Ugiette", "Fora [juiz da Vara de Execuções Penais do Recife do Tribunal de Justiça de Pernambuco] Luiz Rocha", "Preso [no] estado de Pernambuco passa 5 a 6 anos 'pra' ser julgado" e "Nossos direitos".

Um agente penitenciário que não quis se identificar contou à reportagem que a reivindicação também diz respeito à superlotação dos presídios. De acordo com o agente, os presos fazem o movimento com faixas e cartazes, nos pavilhões, além de nNo entanto, no início da tarde, a equipe registrou confusão em um dos pavilhões, com barulho de tiro e bombas, além da existência de focos de chamas. Por volta das 15h, um helicóptero da Secretaria de Defesa Social sobrevoou a área e teria efetuado alguns disparos. Os presos, então, começaram a sinalizar o fim da manifestação, exibindo lençóis brancos.

A confusão ocorre no mesmo pavilhão onde, no início do mês, um cinegrafista da TV Globo captou imagens de presos utilizando facões e celulares dentro do complexo prisional. Um vídeo mostrando a realização de festas e fabricação de cachaça artesanal na unidade também foi divulgado. Após as denúncias, o governo do estado prometeu reforçar a segurança e adotar medidas para evitar problemas no presídio.

Em nota divulgada ainda pela manhã, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que a Polícia Militar foi acionada e estava na área externa dos presídios, com o Batalhão de Choque. O número de agentes penitenciários no local também foi reforçado, mas não tinha ocorrido confusão, com o movimento até então sob controle.

G1 PE

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