segunda-feira, dezembro 15, 2014

Municípios pernambucanos com baixa arrecadação própria

Presidente da Amupe, José Patriota avalia que a falta de dinamismo econômico interfere negativamente na arrecadação própria

Metade dos municípios pernambucanos arrecadou, em 2013, entre R$ 50 e R$ 100 por habitante, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). Aumentar a receita tributária sem adotar medidas impopulares é um desafio para qualquer prefeito. Mas a solução pode estar na organização administrativa.

De acordo com as prestações de contas do ano passado, que ainda não foram julgadas pelo órgão, a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, por exemplo, não foi arrecadada por 52 municípios (28%). O número é tido como elevado se considerarmos que todos os municípios brasileiros têm até o dia 31 de dezembro para assumir a responsabilidade pela iluminação pública. A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) ainda está em negociação com a Celpe.

Em relação ao IPTU, quatro municípios não declararam arrecadação e outros nove recolheram menos de R$ 500 no ano. A menor arrecadação desse imposto foi registrada em Verdejante (R$ 57,82) e a maior no Recife (R$ 265.515.013,50). “Quando não tem dinamismo econômico você fica com uma base para arrecadação tributária muito pequena, entre 5% e 20%”, afirmou o presidente da Amupe, José Patriota (PSB). Para ele, não há como fazer planejamento orçamentário sem ter como base o históricoda prefeitura.

Segundo o diretor do setor de Controle Municipal do TCE-PE, Júlio César Barbosa, os prefeitos precisam anular as dificuldades internas e externas para otimizar a arrecadação. “As internas são relacionadas à organização do setor tributário do município, em especial, com relação ao cadastro da população e à contratação de pessoal para realizar as cobranças. As externas são dificuldades políticas e financeiras, pois é preciso pesar a cobrança do tributos nas cidades pequenas”, orientou.

A alternativa apontada por Barbosa para que os municípios tenham um melhor desempenho na arrecadação própria, sem onerar ainda mais o contribuinte, é acionar a atividade econômica local. “Sempre tem alguma renda circulando no município. Por menor que ele seja, existe uma pequena rede de economia que pode contribuir com o pagamento de taxas. Postos de gasolina e farmácias, por exemplo”, disse. Para instituir o tributo, o município precisa conseguir aprovar um projeto de lei na Câmara de vereadores.

Barbosa ainda alerta que o resultado de uma baixa arrecadação própria no município é a imprevisibilidade sobre o cumprimento do orçamento. Isso faz com que os prefeitos enfrentem dificuldades na gestão, porque dependem das transferências de recursos do governo do Estado e da União. “No ano de 2013 muitos municípios do Estado decretaram estado de emergência por causa da seca. Em 2014, ouvimos os gestores reclamando da transferência de verbas”, afirmou.

Jornal do Commercio

Nenhum comentário:

Postar um comentário