Blog de Assis Ramalho: Assis Ramalho na Arena PE: ''Na Copa do Mundo o futebol é a linguagem universal''

segunda-feira, junho 23, 2014

Assis Ramalho na Arena PE: ''Na Copa do Mundo o futebol é a linguagem universal''

Assis Ramalho e França juntos com os animados torcedores da Costa Rica

Assis Ramalho e França com os torcedores italianos

Copa do Mundo é uma festa: costarriquenho e italiano em confraternização

Só festa!

Lance do jogo Itália e Costa Rica
Foto: Assis Ramalho

Nesta sexta-feira, 20, estive na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, um moderno estádio, construído para sediar os jogos da Copa do Mundo 2014 em Recife. Assistimos ao confronto entre Itália e Costa Rica, um jogo que entrou na história do futebol e que eu tive o prazer de presenciar.

Juntamente com o amigo França de Cecídio e suas filhas, Thais e Milena, antes do meio dia, já estávamos a caminho da Arena, no serviço de BRT (Bus Rapid Transit). Da Estação do Derby, no Recife, até a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, foram 35 minutos. Tudo dentro do previsto.

No percurso, encontramos outros apaixonados por futebol, como nós. Não apenas brasileiros, não apenas pernambucanos, não apenas recifenses. Diferente do que costuma ocorrer nos dias de jogos de times locais, não presenciamos confrontos nem hostilidades entre as 'torcidas', porque durante a Copa, realizada em nossa casa, Recife vive uma grande festa do futebol.

Ao chegar na Arena, vi somente alegria nos rostos e a impressão que tive foi que os torcedores ali presentes não estavam interessados no placar do jogo, mas na confraternização, na celebração. Antes da bola rolar em campo, o que presenciamos foi uma grande confraternização dos torcedores de diversas nacionalidades, pois, além de brasileiros, italianos e costarriquenhos, torcedores de outros países prestigiaram a partida. Torcedores abraçavam, sorriam, cumprimentavam as pessoas em redor e celebravam o momento, não se importando de qual país ou qual a língua falada pelo outro. A linguagem do futebol é universal, o contato é mais estreito e a formalidade fica do lado de fora do estádio. Ao redor do campo, só há espaço para a alegria, o grito, a vibração.

Está enganado quem pensa que ao término do jogo os torcedores italianos, derrotados no campo por 1 a 0, deixaram de lado a euforia e saíram de campo de cara amarrada. Os italianos demonstraram a mesma alegria e a harmonia entre as torcidas. A alegria permaneceu. Em outras oportunidades, pude assistir a vários jogos entre os principais times brasileiros, em campeonatos nacionais e estaduais. Mas, depois do que eu vi nesta sexta-feira, posso afirmar que ver de perto um jogo de Copa do Mundo é algo fantástico, diferenciado, inimaginável. É um momento de realização para quem ama o futebol.

Os pessimistas e detratores da realização da Copa no Brasil certamente já estão decepcionados diante do brilho e repercussão positiva, das surpresas que os deuses do futebol estão fazendo em solo brasileiro. O jogo que eu presenciei foi uma dessas surpresas que vão colocar a Copa do Mundo no Brasil na história do futebol, no qual Costa Rica venceu a Itália, num resultado absolutamente improvável, que agradou e emocionou o público presente à Arena Pernambuco, onde torcíamos pelo mais humilde.

Após sessenta e quatro anos, o Brasil tem a oportunidade de sediar pela segunda vez o maior e mais atrativo evento esportivo do Planeta. Fala-se muito do "legado da Copa" para o país. Na minha opinião, os maiores legados que esta Copa pode deixar para o Brasil são o respeito e harmonia entre torcidas adversárias e outros incentivos à civilidade que se reproduzem, como o exemplo de boa educação dos torcedores japoneses.

Mas se nossas torcidas chegarem a conviver pacificamente dentro e fora de campo, nos dias de jogos ou não, se chegarem a frequentar as mesmas ruas, sem escolta policial, e andarem juntas no mesmo ônibus ou metrô, se chegarem a "se misturar" nas arquibancadas, não para brigar mas para assistir aos jogos, o legado da Copa e os bilhões investidos em sua realização terão valido a pena. Diante do espetáculo a que assisti, tenho certeza que as nossas picuinhas são pequenas demais diante do significado e dimensão do verdadeiro futebol, uma linguagem de confraternização universal.

Viva a Copa, a confraternização e os exemplos que este mundial deixa para os brasileiros!

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