quinta-feira, junho 07, 2018

Homem agride a ex e é preso; juiz o solta, e ele a mata a facadas

Tauane Morais foi morta pelo ex-namorado Vinícius Rodrigues de Sousa no Distrito Federal (Foto: Arquivo pessoal)

Uma moradora do Distrito Federal de 23 anos foi assassinada a facadas, nesta quarta-feira (6), por um ex-namorado que se dizia "inconformado com o término". Três dias antes, ele já tinha sido detido por agressão e tentativa de homicídio contra ela.

Tauane Morais era operadora de caixa e morava em Samambaia Norte. Segundo a Polícia Civil, o suspeito se chama Vinícius Rodrigues de Sousa, e tem 24 anos. Após o crime, ele tentou se matar, foi socorrido e internado. Tauane morreu na hora.

No último domingo, Vinicius foi detido em flagrante após agredir Tauane com socos e tentar enforcá-la. A agressão foi presenciada pelos filhos do casal – um menino de 2 e uma menina de 4 anos.

À polícia, naquele dia, Tauane contou que o ex-namorado chegou a pegar um punhal e rasgar as cortinas da casa, quebrar móveis, a geladeira e a televisão da família.

Mesmo com o flagrante, no dia seguinte, o homem foi liberado em uma audiência de custódia. O juiz Aragonê Nunes Fernandes, que analisou o caso, entendeu que a medida protetiva concedida pela Justiça à Tauane era “suficiente” para manter o agressor longe da vítima e “preservar a integridade física” dela.

Após o assassinato e a tentativa de suicídio, o homem foi socorrido no local pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O estado de saúde dele não foi informado.

Em nota ao G1, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal disse que não comenta ações, e que o juiz responsável pela soltura também não poderia comentar porque é impedido pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional.

‘Agressivo e ciumento’

Em depoimento à Polícia Civil, ainda no domingo (3), Tauane disse que já tinha sido agredida outras vezes pelo namorado, mas nunca denunciou. Ao G1, o delegado que investiga o caso, Eduardo Galvão, afirmou que o suspeito, que é do Piauí, não tinha passagens pela polícia no DF.

Galvão afirmou que os policiais que atenderam a mulher durante o fim de semana ofereceram proteção na Casa Abrigo, uma instituição do governo do DF, que acolhe mulheres vítimas de violência.

Por Marília Marques, G1 DF

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