A Polícia Civil de Pernambuco procura cinco suspeitos de terem matado um homem e tentado matar um policial militar, de 32 anos, em Campo Grande, na Zona Norte do Recife, no dia 9 de março. De acordo com o chefe da Policial Civil, Joselito Amaral, os foragidos, sendo um cabo da PM, um ex-soldado da PM e três ex-presidiários, integram um grupo de extermínio.
A morte é tratada pela corporação como uma briga entre grupos rivais pelo domínio da Zona Norte do Recife. Os grupos atuavam principalmente nos bairros do Vasco da Gama e Bomba do Hemetério.
"Esse grupo já está identificado e as condutas individualizas. Para eles, hoje, só há duas condições: ou se entregam ou serão presos. O ex-soldado já é investigado por grupo de extermínio de longa data. Ele e os alvos eram parceiros em um grupo de extermínio e, por causa de desavença, se separaram. Cada um criou um grupo e começou o confronto", detalhou Amaral.
O cabo Cláudio Melo, de 34 anos, chegou a ser preso em flagrante logo após o crime, mas foi solto em seguida. Na ocasião, ele se recusou a depor. Na presença do advogado, disse que só falará em juízo. Contudo, o advogado do cabo afirmou, no dia, que a prisão era ilegal e que o cliente afirmava serem inverídicas as acusações contra ele.
Segundo o delegado Alfredo Jorge, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o PM está foragido desde a terça-feira (14), quando apresentou um atestado médico no 11º Batalhão da Polícia Militar, onde era lotado. Ele não foi visto desde então.
"O que aconteceu nesse caso foi mais uma briga entre dois grupos de extermínio que tentam dominar aquela área. A gente pode dizer, com certeza, que há envolvimento de policiais militares e civis nesses grupos. Além de grupo de extermínio, eles atuam em tráfico de drogas e assaltos a bancos", pontuou o delegado.
O cabo já é investigado na Delegacia de Intolerância aos Crimes Desportivos por formação de quadrilha. O ex-soldado do 16º Batalhão da Polícia Militar, de 49 anos, foi expulso da corporação há cerca de 9 anos. Ele é suspeito de liderar um extinto grupo de extermínio que atuava na Zona Oeste do Recife. O ex-PM responde ainda por porte de arma ilegal, homicídio e roubo a banco. Todos os ex-presidiários têm passagem por roubo e homicídio.
A vítima, um homem identificado como sendo amigo do policial militar que também foi baleado na abordagem, tinha 25 processos na Justiça por homicídio. Ele era um dos suspeitos de matar a promotora Maria Lúcia Clemente em 2001. Na época, ela havia denunciado a atuação do grupo de extermínio que ele fazia parte. A promotora foi encontrada morta no lixão de Igarassu, Grande Recife.
"Já conseguimos o mandado de prisão do grupo do ex-soldado. O grupo dos alvos [da investida do dia 9 de março] também será apurado", adiantou o chefe da Polícia Civil.
Por telefone, o advogado Paulo Sales, que representa Cláudio Melo, alegou que seu cliente não está foragido e sim usufruindo de um atestado médico. “Ele não está na sua residência. Está em outro local para preservar a vida dele diante dessas informações erradas. Estou analisando uma data para apresentar ele”, disse.
G1 PE
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