sexta-feira, janeiro 22, 2016

Preso africano que oferecia graduações falsas em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte

Quase 400 estudantes fizeram os cursos não regularizados em PE. Um documento da Justiça estima que 10 mil pessoas tenham sido enganadas

Um africano de 38 anos foi preso nesta quinta-feira em João Pessoa, na Paraíba, suspeito de estelionato. Nico Antônio Bolama, que nasceu no Guiné-Bissau, teria cerca de 10 mil alunos em faculdades privadas falsas em várias cidades em Pernambuco, na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Os cursos não eram reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Depois dos quatro anos de graduação, os estudantes simplesmente não recebiam o diploma.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Goiana, onde uma denúncia foi registrada por estudantes que, no último ano do curso, tiveram a graduação cancelada. “Os cursos não tinham nenhuma validade e os alunos nenhuma garantia. Ao chegar no mercado de trabalho eles percebem que aquele curso não tinha valido”, explicou o delegado Thiago Uchôa.

Em Pernambuco, o Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação (CEPI) tinha quase 400 estudantes matriculados nas unidades de Goiana, Nazaré da Mata, Limoeiro, Machados, São Vicente Ferrer e Macaparana. Segundo um documento da Justiça Federal da Paraíba ao qual o Diario teve acesso, as mensalidades cobradas variavam entre R$ 150 e R$ 200.

O delegado Thiago Uchôa chamou atenção para o perfil dos prejudicados pela fraude. “São alunos humildes, que não tinham dinheiro para estudar em outras faculdades e foram enganados pelo preço barato das mensalidades. Agora terão que procurar uma faculdade para tentar aproveitar as disciplinas pagas”, pontuou o delegado, que disse ainda acreditar que o africano agia sozinho.

“Aparentemente os funcionários não tinham nenhum envolvimento com o esquema. Ele seria o mentor e os outros apenas contratados”, disse Uchôa.

Nico Antônio Bolama foi levado para a Cadeia Pública de Goiana. Ele será processado por estelionato e crime contra a ordem econômica. Se condenado, a soma das penas pode chegar a cinco anos.

Diário de Pernambuco

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