sexta-feira, outubro 30, 2015

Mulheres são minoria no Poder Judiciário em Pernambuco, afirma advogada

Advogada Simone Duque no Ponto a Ponto: Pernambuco tem a menor participação feminina nos Tribunais Superiores, entre todos os Estados (Foto: Thiago Cogo)

O Ponto a Ponto deste sábado (31) recebe a advogada pernambucana Simone Duque de Miranda. Ela disputa uma vaga de desembargadora do Tribunal de Justiça, na cadeira da OAB-PE, aberta com a aposentadoria compulsória de Gustavo Lima. Simone atua no escritório Américo de Miranda Advogados Associados. O tema do bate-papo com a jornalista Mônica Bergamo e o sociólogo Antonio Lavareda é sobre a presença da mulher no Judiciário. A atração vai ao ar à meia-noite, na Band News.

No ranking feminino do Judiciário, Pernambuco aparece em primeiro lugar com menor participação de mulheres entre todos da Federação. Não chega a 2% o número de mulheres nos Tribunais Superiores (Dos 52 desembargadores no TJPE, há apenas uma mulher). Depois de Pernambuco, vêm Piauí, Mato Grosso do Sul e São Paulo (apenas 6,74%).

Capacidade técnica não é problema, segundo a advogada. Cerca de 35% das pessoas que são aprovadas em concursos para ocupar um cargo na Magistratura são mulheres. A reclamação da Simone Duque se diz respeito à visão machista da composição da Corte e à atitude feminina no contexto em que se exerce a função. “Seria uma impossibilidade por conta do próprio contexto da mulher. A magistrada precisa se deslocar para o interior, naturalmente ficamos mais presa à vida pessoal. Para que saiamos dessa estatística, é preciso que se flexibilize a rotina de trabalho para que as instituições se adequem a nós”, argumentou.

Outro ponto abordado no programa é a timidez política da maioria das mulheres comparada a dos homens, já que nesses cargos mais elevados do Judiciário é preciso que as pessoas se sobressaiam para que galguem espaços na carreira. A advogada Simone Duque lembrou que, em Pernambuco, na década de 70, as mulheres não ousavam fazer concurso para juízas. Ela espera que a Justiça Brasileira consiga criar maneiras para que o Brasil tenha mais magistradas. “Um país que não usa de forma completa a metade da força do trabalho do povo dele é um país que perde competitividade. Imagina que as mulheres não eram aceitas no Judiciário e não tinham ideia por quê. Quantas garotas deixaram de ser grandes magistradas e não se encantaram com isso?”, indagou.

O Ponto a Ponto será reprisado no domingo (1º), às 17h30, e quinta-feira (madrugada de quinta para sexta), 5, às 3h.

Ascom Ponto a Ponto

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