quinta-feira, dezembro 04, 2014

Outro suspeito de envolvimento com morte de promotor de Itaíba é preso

Promotor trabalhava na comarca de Itaíba (Foto: Facebook/Arquivo Pessoal)

Está preso mais um suspeito de envolvimento com o assassinato do promotor de justiça Thiago Faria Soares, assassinado em 14 de outubro de 2013, no Agreste do estado. A prisão foi anunciada na manhã desta quinta-feira (4), mas ocorreu na quarta (3) à tarde, segundo a Polícia Federal (PF). Ele foi detido em casa. À noite, prestou depoimento e foi encaminhado para o Centro de Triagem (Cotel). A prisão temporária tem validade de 30 dias.

A polícia suspeita de envolvimento dele com o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, acusado de ser o mandante do crime. O preso, além de abrigar o fazendeiro quando este foi votar nas eleições deste ano, teria estado presente no momento do assassinato do promotor, em Itaíba.

Entenda o caso

O crime aconteceu no dia 14 de outubro de 2013, na PE-300. O promotor foi morto no Agreste, quando seguia de Águas Belas para Itaíba, cidade onde trabalhava. Para a Polícia Civil, que iniciou a investigação, foi o fazendeiro José Maria Barbosa quem contratou o cunhado, Edmacy Ubirajara, para matar Thiago Faria.

A motivação envolveria uma disputa pelas terras da Fazenda Nova. José Maria perdeu a posse para a noiva do promotor, em um leilão da Justiça Federal, e teve que deixar o imóvel. Em entrevista exclusiva à TV Globo, na época do crime, o fazendeiro negou ter cometido o homicídio.

Edmacy Ubirajara chegou a ser preso – passou dois meses no Centro de Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. O advogado de defesa conseguiu que o acusado saísse da prisão para responder pelo homicídio em liberdade.

Quatro cartuchos de espingarda 12 foram encontrados no carro do promotor. A noiva, Mysheva Martins, e o tio dela também estavam no veículo, mas não ficaram feridos. Segundo simulação ocorrida em 23 de dezembro, os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás de um veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco; o tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.

Conflito e federalização
Em agosto deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a imediata transferência de responsabilidades no caso do promotor para os órgãos federais. Para o ministro relator, Rogerio Schietti Cruz, é notório um conflito entre Polícia Civil e Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A Polícia Federal já estava a par de alguns atos urgentes, depois de liminar, enquanto tal determinação não era decidida. O pedido de federalização foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Para o STJ, "o crime estaria inserido no contexto de atuação de grupos de extermínio na área, conhecida como Triângulo da Pistolagem".

G1 PE

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