terça-feira, abril 27, 2021

Com déficit de 126 mil doses, governo de Pernambuco diz que municípios devem usar estoques para finalizar vacinação contra Covid


O governo de Pernambuco informou, nesta segunda (26), aos municípios que os estoques que restaram da Coronavac devem ser usados, prioritariamente, como segunda dose. A recomendação é completar os esquemas vacinais já iniciados contra a Covid-19. O estado informou que o déficit de imunizantes chega a 126 mil doses (veja vídeo acima).

As informações foram repassadas durante reunião entre representantes da Secretaria Estadual de Saúde e dos municípios pernambucanos, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB). O governo também definiu como serão aplicadas as doses para quem tem doenças-pré-existentes.

O governo disse que a falta de doses está prejudicando a finalização do esquema vacinal. Nesta segunda, Igarassu, no Grande Recife, e Petrolina, no Sertão, suspenderam a campanha por falta de doses.

Sobre o uso dos estoques, o estado afirmou que “a recomendação foi necessária já que a última remessa do imunizante encaminhada pelo Ministério da Saúde (MS) veio aquém do esperado”.

Na sexta-feira (23), Pernambuco recebeu 91.600 doses a menos do que o esperado, segundo o secretário de saúde André Longo.

Na reunião desta segunda, o estado disse que, “caso não haja estoque, os gestores municipais devem fazer o agendamento para quando uma nova remessa chegar, prevista apenas para maio”.

De acordo com o governo, “é imprescindível que, quando houver o imunizante, seja feita a segunda aplicação, garantindo a imunidade”.

Outra definição anunciada nesta segunda foi sobre as ações futuras. “Com esse problema na distribuição da vacina da Coronavac/Butantan pelo governo federal, também ficou decidido que, nas entregas futuras, Pernambuco dividirá os imunizantes para ambas as doses”, afirmou o estado, por meio de nota.

O governo lembrou que, nas primeiras remessas, o Ministério da Saúde orientava dividir as vacinas desse fabricante, guardando aquelas destinadas às segunda doses, já que a segunda aplicação deve ser feita em um intervalo de 21 e 28 dias após a primeira.

“Os quantitativos enviados entre os dias 17 e 25 de março, também por recomendação do próprio órgão federal, foram exclusivos para uso como primeira dose. Na ocasião, o Ministério da Saúde assegurou o repasse das segundas doses em tempo oportuno para garantir a correta imunização da população”, informou.

Dados

Entre 17 de março, quando os municípios foram orientados a usar todas as doses na primeira aplicação, até esta segunda (26), Pernambuco recebeu 1,066 milhão de doses da Coronavac. Deste total, 596 mil foram destinadas para a primeira dose e apenas 470 mil para a segunda.

Comorbidades

No encontro ficou estabelecido também como será a comprovação das doenças pré-existentes, durante a campanha de vacinação. Este grupo é o próximo a ser beneficiado pela imunização, “assim que houver doses suficientes”.

Segundo a decisão do estado, as pessoas com doenças pré-existentes contempladas com esse imunizante deverão atestar seu quadro em algum serviço de saúde.

Um formulário padrão será disponibilizado para que esse atestado possa ser apresentado no ato da vacinação, prevista para começar em maio a depender da disponibilidade de doses do imunizante pelo Ministério da Saúde (MS), responsável pela aquisição e envio aos Estados.

Também na reunião, foi acordado que essa vacinação irá avançar por faixa etária, começando com aqueles entre 55 e 59 anos, e decrescendo a partir da chegada das vacinas até chegar aos 18 anos.

As exceções serão as pessoas que fazem hemodiálise e com síndrome de Down, por recomendação do MS, e as pessoas vivendo com HIV, transplantadas e com obesidade mórbida, por pactuação na CIB, que poderão ser vacinadas em sua totalidade já no primeiro momento.

A vacina é para o público a partir dos 18 anos, ou seja, não contemplando crianças e adolescentes até os 17 anos.

Veja as doenças previsas na lista do governo


diabetes mellitus
pneumopatias crônicas graves
hipertensão arterial resistente (nos estágios 1, 2 e3 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade)
insuficiência cardíaca (ic)
cor-pulmonale hipertensão pulmonar
cardiopatia hipertensiva
síndromes coronarianas
valvopatias
miocardiopatias pericardiopatias
doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas
arritmias cardíacas
cardiopatias congênita no adulto
próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados
doença cerebrovascular
doença renal crônica
imunossuprimidos
anemia falciforme
obesidade mórbida
síndrome de Down
e cirrose hepática

Covid em Pernambuco

Pernambuco confirmou, nesta segunda-feira (26), 1.278 casos da Covid-19 e 47 óbitos provocados pela doença. Com isso, o estado passou a totalizar 396.841 infectados pelo novo coronavírus e 13.687 mortes devido à pandemia, números que começaram a ser registrados em março de 2020.

Por G1 PE

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