sexta-feira, novembro 08, 2019

Carta de Floresta é lida por João Paulo na Alepe e Alberto Feitosa defende usina nuclear em Itacuruba



O deputado João Paulo (PCdoB) leu em Plenário, nesta quinta (7), a Carta de Floresta. Firmado por lideranças religiosas, representantes de comunidades quilombolas e de povos indígenas, pesquisadores e estudantes, o documento expressa preocupação com a possibilidade de instalação de uma usina nuclear em Itacuruba, no Sertão de Itaparica. Também pede mais diálogo com a população local.

O texto é fruto de debate promovido pela Diocese de Floresta juntamente com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A carta lembra que, na década de 1980, famílias da região precisaram ser removidas para a construção da Barragem de Itaparica, e o efeito foi impossibilidade de se continuar a trabalhar dignamente. Cita ainda os altos índices de depressão e suicídio entre os jovens.


“Progresso e desenvolvimento só são verdadeiros e reais quando promovem a vida, a partir da vida dos mais necessitados, e não a economia e o lucro de uma restrita elite”, diz um trecho. “Esse povo não sente a necessidade de usina nuclear, não acredita em promessas que já ouviu 30 anos atrás e que resultaram na situação problemática em que hoje vive”, prossegue.

De acordo com o documento, o desenvolvimento deve respeitar as caraterísticas, tradições, possibilidades e aspirações da população. E, para evitar a repetição de erros do passado, é preciso escutar os interessados e ampliar o conhecimento dos estudos técnicos e socioantropológicos relacionados ao tema.

“Todos aceitam com entusiasmo a possibilidade de uma vida melhor, mas isso significa acesso à educação e à saúde, possibilidade de um trabalho real e contínuo, justiça social e defesa das culturas; significa, sobretudo, unir a população e vislumbrar outros modelos de desenvolvimento pautados no princípio da dignidade da vida humana”, emenda.

Favorável ao empreendimento, o deputado Alberto Feitosa (SD) também falou sobre a carta em pronunciamento durante a Reunião Plenária. Embora tenha reconhecido o valor do trabalho realizado no encontro, assinalou que foi feito por “um grupo que, declaradamente, foi promover uma ação antinuclear”. Ele reclamou de “sensacionalismo” e “terrorismo” na discussão. “O mais importante é estarmos cumprindo o papel desta Casa: o debate e o diálogo”, ponderou.

Alepe

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