quarta-feira, setembro 05, 2018

Morre em hospital de São Paulo a atriz Beatriz Segall

Odete Roitman foi a personagem que marcou a carreira de Beatriz Segall na TV brasileira.
Beatriz Segall na minissérie 'A, E, I, O… Urca', de 1990 (Foto: Acervo TV Globo)
 
Betty Faria e Beatriz Segall em 'De Corpo e Alma' de 1993 (Foto: Acervo TV Globo)

A atriz Beatriz Segall morreu nesta quarta-feira (5) aos 92 anos, informou a assessoria de imprensa do hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, onde ela estava internada.

Em uma carreira de mais de 70 anos dedicada aos palcos e à TV, Beatriz Segall viveu em 1988 o papel que a eternizou na teledramaturgia brasileira. Após 192 capítulos da novela “Vale tudo”, a vilã interpretada pela atriz carioca morria com três tiros e fazia o país inteiro se perguntar: “Quem matou Odete Roitman?”

Veja momentos marcantes da carreira da atriz Beatriz Segall em fotos e vídeos e a repercussão no meio artístico.

Beatriz Segall esteve internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e tinha recebido alta no dia 21 de agosto por problemas respiratórios. O hospital não informou quando ela voltou a ser internada. A causa da morte não foi divulgada.

Segundo a assessoria de imprensa da atriz, Beatriz Segall morreu por volta de 12h. Ela será velada no próprio hospital a partir das 19h e o corpo será cremado nesta quinta-feira (6) em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Carreira

Odete Roitman foi a personagem que marcou a carreira de Beatriz Segall na TV brasileira. A associação com a sofisticada personagem da novela de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères foi tanta que Segall passou a receber apenas convites para papéis refinados.

“Odete Roitman é uma personagem que vai ficar na história; não por um valor meu, mas por tudo o que a novela reuniu. Até hoje eu sou chamada de Odete na rua. Em Cuba me chamaram de Dona Odete”, disse a atriz.

“Criou-se um mito, que atrapalha um pouco, de sempre fazer papel de chique, de bem-vestida. Eu queria fazer o papel de uma mulher bem povão, mas o público não aceitou.”

Teatro

Nascida em 25 de julho de 1926 no Rio de Janeiro, Segall fez sua primeira peça durante um exercício de língua na Aliança Francesa. Convidada para se tornar profissional, recusou por causa da desaprovação do pai, que queria que ela fosse professora.

Pouco depois ela participou de um filme, “A beleza do diabo” (1950), quando decidiu fazer um curso de intepretação. Após participar de um trabalho semiamador com outras atrizes que também estavam começando, como Fernanda Montenegro e Nicette Bruno, foi à França estudar teatro e literatura.

Ao retornar ao Brasil, recusou outra peça e ficou por 14 anos como dona de casa, após se casar com o museólogo, exonomista e autor teatral Maurício Segall, filho do artista Lasar Segall. Até que em 1964 aceitou um papel no Teatro Oficina a convite do diretor José Martinez Corrêa.

Além de atuar em algumas novelas e filmes, recuperou com o marido o Teatro São Paulo, que administrou até 1974.

Na TV

A estreia na Globo aconteceu em 1978, na novela “Dancin’ days”. Após agradar o público, no ano seguinte esteve na novela “Pai herói”, quando viveu a vilã Norah.

Em 1980, participou do premiado filme “Pixote, a lei do mais fraco”, dirigido por Hector Babenco. Oito anos depois, após passagem por outras emissoras, voltou à Globo para viver seu papel mais icônico.

Mesmo assim, após muita insistência do autor Gilberto Braga, que fazia questão da atriz como Odete Roitman. Na época, Segall estava em cartaz no teatro, e não aceitou o projeto inicialmente.

A atriz chegou até a repetir o mesmo papel em duas novelas diferentes. A miss Penélope Brown estreou em 1990 em “Barriga de aluguel”, de Gloria Perez. Em 2001, ela voltava a aparecer em “O clone”, da mesma autora.

Na Globo, seus últimos trabalhos foram na novela “Lado a lado”, em 2012, na qual interpretou uma rica senhora francesa, Madame Besançon. Em 2015, esteve no seriado “Os experientes”, que abordava a vida na terceira idade.

G1 SP, São Paulo

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