quinta-feira, agosto 24, 2017

“Operação de guerra” resgata preguiça de linha de alta tensão de 500 mil volts, no Cabo de Santo Agostinho

Expressão foi usada por um dos funcionários da Chesf que participaram da ação, concluída após quatro horas e meia (Foto: Divulgação/CPRH)

Uma estratégia que uniu planejamento, monitoramento, paciência e muita técnica – além de uma engenhoca com cabos, cordas, roldanas e uma espécie de cesto montado com carrinho de compras – conseguiu resgatar, nesta quinta-feira (24), após quatro horas e meia, uma preguiça que, há pelo menos doze dias, era vista numa linha de alta tensão de 500 mil volts (KV), no quilômetro 114 da BR-101, no Cabo de Santo Agostinho. Com pequeno ferimento numa das garras, a preguiça foi entregue no final da tarde à Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).

Numa altura de 80 metros, a preguiça movimentou-se durante quase duas semanas pelo cabo para-raios que serve de proteção para a linha de transmissão, às vezes tentando se locomover de um lado a outro da BR-101. Foi monitorada e, para o resgate, mantenedores da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) montaram uma espécie de arapuca com um cesto (carrinho de compras) que se movimentou com roldanas no cabo. Com folhas de imbaúba (alimento preferido da espécie) para atrair o animal, o cesto tinha uma trava. Bastões isolantes foram usados para impedir possível descarga elétrica.

Duas cordas, de 80 metros cada, foram usadas na engenhoca. Uma para acionar a trava e fechar o cesto, assim que se conseguisse puxar a preguiça até lá. A outra foi usada para o deslocamento (movimentação) da arapuca, tarefa cumprida por uma equipe de cinco pessoas que ficaram no solo. Quando, enfim, a preguiça se aproximou do carrinho, a base do solo puxou a trava e o animal ficou preso. Aí, com a corda de deslocamento, o animal foi resgatado. Um membro da equipe subiu pela estrutura para ajudar na tarefa.

“Foi tipo uma operação de guerra”, explicou Alisson Salvador Damasceno, encarregado de manutenção de linha de transmissão da Chesf, ao fazer a entrega da preguiça à CPRH.

Não é para menos. Desde que moradores começaram a ligar para órgãos ambientais informando que a preguiça estava aparecendo no fio de alta tensão, há quase duas semanas, a Chesf foi comunicada e começou a monitorar o animal até que, após uma tentativa frustrada de resgate, na quarta (23), o êxito foi alcançado. Junto com os colegas Eriberto, Camilo, Efraim, Ricardo e Mário, Alisson, enfim, pôde comemorar o sucesso da missão, surgida a partir dos telefonemas de moradores.

A preguiça será encaminhada na manhã desta sexta ao Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), da CPRH. Após tratamento e um período de reabilitação, será devolvida ao habitat natural.

Núcleo de Comunicação Social e Educação Ambiental - NCSEA
Agência Estadual de Meio Ambiente - CPRH

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