quinta-feira, agosto 17, 2023

CPI dos Atos Antidemocraticos: delegado diz que bolsonaristas radicais cogitaram explodir viaduto na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília

O coordenador da Divisão Especial de Repressão à Corrupção da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro — Foto: TV Globo/Reprodução

O diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil, Leonardo de Castro Cardoso, afirmou que bolsonaristas cogitaram colocar explosivos no viaduto da Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, entre o fim do ano passado e o início deste ano.

A declaração foi feita durante depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do DF (CLDF), na manhã desta quinta-feira (17). Segundo Castro, a informação foi dada por Armando Valentin Settini Lopes de Andrade, alvo de uma denúncia anônima por planos de explodir subestações de energia na capital (veja detalhes abaixo).

"Ele disse que foi cogitado entre os organizadores [do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília]. O que eu posso acrescentar é que isso também constou em alguns outros depoimentos. Isso também constou no depoimento do George Washington e do Alan Diego", disse o delegado.

Leonardo de Castro foi responsável pela investigação da tentativa de atentado com bomba no Aeroporto de Brasília na véspera do Natal de 2022. Alan Diego dos Santos e George Washington de Oliveira estão presos pelo crime.

Denúncia anônima

Segundo o delegado, na quinta-feira anterior aos atos do dia 8 de janeiro, a polícia recebeu uma denúncia anônima de que haveria um planejamento de colocação de explosivos ou incendiar veículos em subestações de energia do DF.

"[O objetivo era] provocar uma interrupção na área central de Brasília e, assim, provocar o caos. Foi citado o nome e o veículo do Armando Valentim. Já nas apurações preliminares, ficamos convictos que podia acontecer algo, porque ele realmente usava aquele veículo e a descrição dele batia", explica Leonardo de Castro.

A partir das informações, o delegado afirma que a polícia passou a fazer o acompanhamento de Armando e fazer rondas próximo às subestações de energias do DF.

Armando Valentim foi preso no dia 8 de janeiro, após invadir prédios das sedes do Poderes Públicos. "Ele confirmou que participou das manifestações e que frequentou o acampamento durante 40 dias. Participou de reuniões entre organizadores e ganhou confiança deles", conta o delegado.

Motivos dos atos golpistas

O delegado disse ainda que dos 155 presos que foram autuados pela Decor, no dia 8 de janeiro, ele foi responsável pelo interrogatório de parte dos suspeitos.

Segundo o investigador, entre as pessoas que declararam o motivo para participar dos atos terroristas, estavam:

Desejo pela intervenção militar;
Não queriam que o “governo corrupto” assumisse o poder ;
Não aceitavam o resultados das urnas.

“Basicamente eram esses os motivos expostos pelas pessoas que declararam [o motivo de terem invadido os prédios públicos]”, disse o delegado.

Por Walder Galvão e Iana Caramori, g1 DF

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