sexta-feira, maio 20, 2022

Engenheiro preso por matar a mulher e concretar corpo em casa fez apelo em rede social por buscas: ‘Não podemos parar’

Post de Jessé para que amigos não parassem de procurar a professora Ana Julia — Foto: Reprodução

Durante os dois dias em que a professora Ana Júlia Alvarenga ficou desaparecida, o marido dela, o engenheiro Jessé de Souza Cunha demonstrou um comportamento quase acima de qualquer suspeita.

Registrou queixa na delegacia, acompanhou parentes da mulher em vigília, consolou a família da vítima e fez post preocupado em uma rede social.

“Compartilhem por favor. Sabemos que surgem julgamentos (que fugi, que está escondida), mas ajudem a encontrar, depois julguem! A verdade é que sim, está desaparecida e nenhuma amiga ou parente sabe onde ela está. Já falamos com todos. O sistema para a polícia para, mas nós não podemos parar”, escreveu ele.

Jessé e Ana Julia: carinho e atencioso nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes sociais

O papel de marido preocupado só foi desfeito quando a polícia realizou uma busca na casa que pertencia ao casal e encontrou o corpo de Ana Julia enterrado no porão do imóvel.

Imagens de câmeras de segurança mostravam a professora de 22 anos descendo do ônibus e indo para o local, na segunda-feira (16), no bairro Corumbá, em Nova Iguaçu.

Corpo estava no porão

Os investigadores dizem que, assim que chegou em casa, Jessé matou a companheira e escondeu o corpo.

A Polícia Civil suspeitou do depoimento dele, que afirmava que Ana Julia não havia chegado em casa, mas os dados do GPS do celular dela mostravam que sim.

Enquanto Jessé prestava depoimento, parentes encontraram algo suspeito na casa, que passa por obras, e acionaram a polícia. Jessé foi preso em flagrante por feminicídio e ocultação de cadáver.

“Na noite da terça (17), ele chegou para minha irmã e pediu: ‘Sogra, posso dormir aí, na sua casa?’ Minha irmã falou, pode. Minha irmã deixou ele lá, ficamos de vigília... até 4h30 da manhã. Ele mandou mensagem dizendo que foi na UPA procurar corpo, procurar vestígio. Ele estava o todo momento com a gente”, contou a tia de Ana.

Sinais de estrangulamento

Uma perícia preliminar revelou que Ana Julia tinha uma lesão no rosto e sinais de estrangulamento. O casal estava junto há quatro anos e nas redes sociais usava palavras carinhosas.

Segundo a polícia, Jessé disse em depoimento que havia discutido com a Ana Julia na segunda-feira pela manhã, porque ela havia perdido as anotações do controle da pressão arterial dele, e que depois disso Jessé não respondeu as mensagens enviadas pela mulher.

Parentes dizem que a Ana Julia nunca havia comentado sobre brigas e nem que Jessé era uma pessoa violenta. O corpo da professora foi enterrado na tarde desta quinta-feira (19), no cemitério municipal de Nova Iguaçu.

or Bette Lucchese, RJ2

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