sábado, julho 17, 2021

Engenheira clínica de 32 anos morre de Covid: 'Ser humano de luz’


Daniele Batista ficou internada durante 14 dias em um hospital particular de Sorocaba — Foto: Arquivo Pessoal

O sorriso espontâneo era característica marcante de Daniele Priscila Batista. Ela era conhecida pela simpatia e por colocar amor em tudo o que fazia para os amigos e familiares. Os mesmos que hoje lamentam a despedida.

Daniele era engenheira clínica e morreu de Covid-19 aos 32 anos, em Sorocaba (SP), após ficar 14 dias internada com Covid-19. Ela chegou a ser intubada no dia 29 de junho, mas não resistiu à doença e morreu no dia 8 deste mês.

Em entrevista ao G1, a prima da jovem, Mariane Alves de Oliveira, de 30 anos, relatou que Daniele não tinha doenças preexistentes e buscava tomar todos os cuidados de prevenção ao coronavírus.

"Ela estava de homeoffice, ela era analista de assuntos regulatórios. Fez curso técnico, faculdade, falava inglês, era muito estudiosa. Era filha única, uma princesa e 'blogueirinha', como ela falava (risos)."


Daniele Batista com a prima, Mariane Alves de Oliveira — Foto: Arquivo Pessoal

Mariane conta que quando Daniele foi internada com a doença, ela ainda se recuperava de uma fratura que sofreu no braço enquanto andava de patins, uma de suas maiores paixões, descoberta neste ano.

Daniele era apaixonada por patins e compartilhava o avanço nos treinos em uma página na internet — Foto: Arquivo Pessoal

No dia 12 de junho, Daniele saiu para comemorar o Dia dos Namorados com o noivo que a havia pedido em casamento há seis meses. Ela caiu de patins, quebrou o braço e precisou passar por uma cirurgia. Quando voltou para casa, os sintomas da doença começaram a surgir.

Daniele procurou atendimento médico e foi internada no dia 24 do mês passado. A última vez que Mariane conversou com a prima foi um dia antes da intubação.

Mariane tinha perdido a mãe para a doença no dia 28 de junho e Daniele chegou a mandar uma mensagem de conforto para a prima após saber da morte.

"A Dani me disse que estava muito chateada com a morte da minha mãe. Eu disse para ela focar na recuperação dela e ela falou que ia ficar bem, que me amava e que logo estaria em casa. Ela era uma pessoa muito dedicada, esforçada, um mulherão."

O tom da voz de Mariane durante a entrevista ao telefone não esconde a dor da ausência. Com um filho de 2 anos e uma menina de três meses, ela tenta encontrar forças para cuidar dos pequenos e se apega às boas lembranças que guarda da prima.

“Ela tinha sido pedida em casamento no fim do ano passado, estava muito feliz e apaixonada. Tinha comprado um apartamento com o noivo, reformou inteirinha a casa da mãe, deixou maravilhosa. Foi um baque para a família.”

Amizade marcada na pele

A amiga Bianca Regina Ribas de Abreu, 33 anos, também guarda boas lembranças de Daniele. Juntamente com Francine, as três viveram uma amizade de 15 anos, selada em forma de tatuagem. Fé, universo e boas vibrações, em inglês, foram as palavras escolhidas para serem eternizadas na pele das três amigas.

Tatuagem feita pelo trio de amigas marcava 15 anos de amizade — Foto: Arquivo Pessoal

“Esse ano comemoramos os 15 anos, fizemos uma tatuagem, brinde, tudo mais. Éramos muito próximas mesmo, aquelas amigas irmãs. Frequentávamos as famílias uma da outra, viajávamos juntas (o que ela amava), mas o programa de sempre era tomar café da manhã bem caprichado e bem no final da manhã (risos).”

Bianca conta que Daniele não falou sobre a internação por coronavírus para não preocupá-la, algo que sempre fazia como forma de tranquilizar as pessoas. Porém, quando a engenheira parou de responder às mensagens Bianca soube que a amiga havia sido transferida para a UTI.

"Era uma pessoa do bem, não via maldade nenhuma, não tinha maldade também. Foi uma perda muito grande pra humanidade, para ser bem sincera. Ao longo desses 15 anos ela conheceu muitos amigos meus, namorados, parentes e não tinha um que não gostasse dela."

Bianca e Daniele em uma das viagens que fizeram juntas — Foto: Arquivo Pessoal

Para outra prima de Daniele, Marcia Regina da Cunha, de 42 anos, o amor pela jovem estará sempre presente.

"Ela era nova, linda, estilosíssima, de bem com a vida. Era um ser humano de luz, da paz. Ela era maravilhosa, tudo de bom. Era uma joia rara da nossa família, mas Deus vai nos dando forças para seguir em frente."

Por Pâmela Ramos, G1 Sorocaba e Jundiaí

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