sexta-feira, fevereiro 07, 2020

Policiais de Alagoas ameaçam entrar em greve contra previdência de 14%


Durante uma reunião promovida ontem pelo governador Renan Filho (MDB) para discutir a alíquota previdenciária da tropa, lideranças do Movimento Unificado dos Militares foram dispensadas pela equipe do governo, o que causou revolta aos presidentes das entidades e provocou uma proposta de radicalização da categoria. Um debate com representantes da classe foi marcado para hoje, às 10h, no Clube dos Oficiais. Os líderes da classe cobram do atual governo do Estado o cumprimento da Lei Federal 13.954, publicada em 16 de dezembro do ano passado, pela Presidência da República, que fixa desconto de 9,5% de INSS aos militares a partir do dia 1º de fevereiro de 2020. 

A taxa subiria para 10,5%. No entanto, a previdência sancionada pelo governador prevê taxação de 14% a todos os servidores, incluindo a tropa. Na semana passada, representantes da classe e o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Marcos Sampaio, discutiram a situação e, na ocasião, partiu do gestor a articulação com o governo para que o assunto fosse debatido posteriormente. 

A reunião ficou agendada para ontem, mas, segundo representantes do Movimento, os presidentes das entidades foram surpreendidos com a falta de interesse do secretário estadual Fábio Farias, do Gabinete Civil. “Fomos avisados pelo comandante-geral de que a reunião seria hoje [ontem] à tarde, mas, ao chegarmos lá, o secretário Fábio Farias pediu para a gente se retirar sob a alegação de que aquela seria uma reunião técnica e que não teria conversa com as associações. Saímos de lá sem a possibilidade de argumentar que o governo precisa cumprir a lei federal, que já está em vigor em todo o Brasil”, afirmou o presidente da Associação das Praças da PM e Corpo de Bombeiros de Alagoas (Aspra/AL), sargento Wagner Simas.

 Até o mês passado, os militares do Estado tinham desconto de 11% de previdência nos subsídios. Pela nova regra, os policiais, bombeiros e pensionistas já estavam sendo submetidos a uma alíquota superior ao que preconiza a lei federal. “Infelizmente, é um governo prepotente, arrogante, que faz tudo, pode tudo e não ouve nada de ninguém”, completou Simas. Ele acrescenta que a discussão marcada para esta quinta-feira será importante para definir, em conjunto, o que pode ser feito para reverter esta medida impositiva do governo Renan Filho e que descumpre a legislação. Segundo o presidente da Aspra, a direção do Sindpol [Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas] foi convidada para engrossar o coro neste debate.

Por Gazeta de Alagoas

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