domingo, novembro 06, 2016

Crise hídrica e ligações clandestinas em adutoras prejudicam abastecimento prestado pela Compesa

Na semana passada, foi identificado mais dois casos de furto de água, desta vez na adutora que abastece a cidade de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste. Água desviada servia para irrigação e criação de animais até abastecimento de carros pipas (Foto: Compesa/Divulgação)

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) tem intensificado as fiscalizações em suas adutoras, atenta ao aumento de furtos de água ao longo das adutoras, durante o verão. No Sistema Adutor do Salgueiro, no trecho entre Cabrobó e a Estação Elevatória III, situada na serra de Monte Santo, em Cabrobó, Sertão do Estado de Pernambuco, a fiscalização começou no dia 18 de outubro. Durante quatro dias, as equipes de manutenção da Compesa, juntamente com a Polícia Militar, percorreram oito quilômetros do trecho, que possui extensão total de 26 quilômetros. Foram identificadas 17 ligações clandestinas, todas em Cabrobó, e recolhidos de 1,2 mil metros de tubulações e mangueiras utilizados para furto de água para enchimento de barreiros e irrigação de plantações de macaxeira e capim.

Antes da ação, Salgueiro recebia vazão média de 125 litros por segundo (l/s), o que prejudicou o abastecimento de água da cidade, bem como o cumprimento do calendário de abastecimento para todos os setores – que é de até dois dias com água por cinco dias sem. Após a fiscalização, a vazão aumentou para 150 l/s.

No mesmo período, a Compesa concluiu fiscalização, iniciada em 5 de outubro, para combater o furto de água ao longo da Adutora de Itaíba, no Agreste do Estado. Foram identificadas 50 ligações clandestinas e recolhidos mais de cinco mil metros de tubulações em propriedades na zona rural de Itaíba. A fiscalização foi realizada após constatada redução de 50% da vazão da adutora, com sérios prejuízos ao abastecimento da cidade.

Na semana passada, operação conjunta entre a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Ministério Público do Estado e Polícia Militar identificou a ocorrência de ligações clandestinas ao longo da Adutora Tabocas, que transporta água do Sistema do Prata para abastecer o município de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do Estado. A fiscalização foi executada pela equipe da Compesa e policiais militares, na última quinta-feira (03), num trecho de 15 quilômetros da adutora, que possui, ao todo, 60 quilômetros de extensão, entre a Barragem Tabocas e Santa Cruz do Capibaribe. A ação localizou, provavelmente, as duas maiores ligações clandestinas que furtavam água da rede. Somadas, estavam sendo retirando uma quantidade de água que corresponde a 10% da vazão total da adutora – que tem capacidade de transportar 100 litros por segundo.

Também nesse caso o indicativo do furto de água de água foi a redução da vazão da adutora no seu destino final. A Compesa constatou queda de 30% da vazão da água na chegada à Estação de Tratamento Poço Fundo, em Santa Cruz. No mesmo período a empresa recebeu diversas denúncias de ligações clandestinas na adutora. 

“O furto de água é crime e prejudica seriamente o abastecimento para a população. No mês de outubro, inclusive, tivemos áreas que não receberam água em Santa Cruz, justamente porque caiu a vazão da adutora. Por isso, a Compesa precisou providenciar o abastecimento complementar para estes clientes, com carro-pipa, e também cancelar algumas contas na cidade”, relata o gerente de Unidade de Negócios da Compesa, Mário Heitor Filho, informando que a população do município atendida pela Compesa, cerca de 80 mil pessoas, já convive com um regime de abastecimento rigoroso.

De acordo com o gerente, uma das ligações clandestinas localizada pela operação estava retirando água da adutora, por meio de duas tubulações, para jogar num barreiro situado em uma fazenda, em sítio do município de Brejo da Madre de Deus. A água era usada para irrigação e criação de animais. O outro barreiro foi identificado no Sítio Tabocas, também no município de Brejo da Madre de Deus, a 50 metros da adutora. Lá, a operação ainda encontrou carros-pipa saindo do local. Os proprietários dos barreiros foram identificados e irão responder criminalmente pelo furto. Além disso, segundo o gerente, serão multados no valor equivalente ao consumo de 156 mil metros cúbicos de água, cálculo referente a um ano de furto de 10 litros por segundo da adutora – juntando as duas ligações clandestinas. 

A Compesa vai realizar ações de fiscalização periódicas, nos próximos meses, para combater as ligações clandestinas ao longo da Adutora Tabocas, visto que há o aumento do consumo de água no verão e que a Região Agreste vive a pior seca dos últimos 50 anos.
Com informações da Compesa

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