terça-feira, janeiro 07, 2014

Mais duas igrejas em Pernambuco são suspeitas de esconderem ossadas

Duas salas, incluindo a sacristia, foram interditadas em templo no Bairro do Recife. Foto: Anônimo/Divulgação


O escândalo da máfia que explora a venda ilegal de túmulos no Cemitério de Santo Amaro ganha novos capítulos. Denúncias sobre a presença de ossadas escondidas em mais duas igrejas levaram a Polícia Civil a solicitar ao Instituto de Criminalística o recolhimento do material para perícia. A Igreja da Madre de Deus, no Bairro do Recife, teve duas salas interditadas pela polícia, entre elas a sacristia. O IC deve ir ao local até a semana que vem para verificar se há ossadas e em que quantidade. Já a Igreja Matriz de Santo Antônio ainda não sofreu interdições, o que deve acontecer nos próximos dias. No último dia 2, peritos do IC recolheram 12 ossadas na Igreja da Santa Cruz, na Boa Vista. Diante da gravidade do caso, membros da Arquidiocese de Olinda e Recife realizaram reunião de urgência ontem à tarde e decidiram colocar interventores no comando das irmandades investigadas.

O provedor da irmandade Bom Jesus dos Passos, Jones Ferreira, à frente da administração da Igreja da Madre de Deus, esteve ontem na Delegacia da Boa Vista. Segundo a polícia, ele confirmou que há ossos numa das salas interditadas, mas garantiu que seriam antigos e não foram retirados do cemitério para dar lugar a outros. O depoimento dele ainda será marcado, bem como o dia em que ele abrirá as salas para que o IC retire o material. O pároco da igreja, Roberto Nogueira, relatou que não sabia que havia ossadas no templo. “Nunca entrei lá (na sacristia)”. A delegada Patrícia Domingos, que assumiu o caso durante as férias do delegado Adelson Barbosa, disse que aguarda os laudos do IC para se pronunciar.

Pelo menos seis pessoas devem ser indiciadas por crimes como estelionato, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. Fernando Alves da Silva, 63 anos, foi preso na semana passada. José Expedito dos Santos, conhecido como Gabriel, continua foragido. Ambos eram intermediadores entre familiares e irmandades nas ocasiões em que não havia túmulos disponíveis no cemitério. Os suspeitos cobravam de R$ 600 a R$ 1 mil por vaga. O caso foi denunciado pelo Diario em outubro passado. Diante da repercussão, a arquidiocese decretou intervenção nas 34 irmandades suspeitas, criou uma comissão para investigá-las e anunciou um valor fixo de R$ 200 a ser cobrado por vaga. A responsabilidade do serviço foi centralizada na Cúria Metropolitana, por meio de boleto bancário, evitando o superfaturamento.

Fonte: Diário de Pernambuco

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