terça-feira, março 02, 2021

Última semana de fevereiro bate recorde de mortes por Covid no Brasil


O número de casos de Covid-19 e de mortes em decorrência da doença continua em alta no Brasil. O país vive seu pior momento desde o início da pandemia. Um ano depois da chegada do vírus, fevereiro se tornou o segundo mês com mais óbitos. E mais: registrou a pior semana epidemiológica de falecimentos, com 8.244 vidas perdidas entre os dias 21 e 26.

O brasileiro já viveu tempos menos “mortais”, em julho de 2020, quando 32.881 brasileiros perderam a batalha para o vírus, uma média de 1.060 por dia. O segundo mês do novo ano contabilizou 7,4% a menos (30.438), mas com uma média de óbitos maior, de 1.087 a cada 24 horas. Ainda na lista de recordes de fevereiro, no dia 25, mais um: o Brasil registrou o maior número de mortes em 24h, quando 1.541 pessoas morreram.

Desde julho, o país passou de uma escalada do número de óbitos por Covid-19 a uma estabilização nas alturas. O ritmo de fatalidades, então, começou a cair nos períodos seguintes, chegando aos menores índices no início de novembro, quando o Brasil registrou 2.385 mortes na 45ª semana epidemiológica (entre os dias 1 e 7 de novembro).

Logo depois, na 46ª semana epidemiológica, apresentou alta (3.389 vítimas). Sete dias depois, uma pequena queda fez com que os registros caíssem para 3.331. Os números, no entanto, voltaram a crescer nas quatro semanas seguintes, até a 51ª (13 a 19/12), quando atingiram 5.233 mortes.

Uma leve queda marcou a semana imediatamente depois. A realidade, no entanto, voltou a assustar. Os primeiros sete dias de janeiro contabilizaram 4.930 falecimentos decorrentes do novo coronavírus, um reflexo do que viria depois. Desde então, nenhuma das oito semanas seguintes tiveram menos de 6,6 mil mortos.

Em relação aos infectados, a realidade não é diferente. Fevereiro terminou com 1.346.528 novos casos, só perdendo para janeiro de 2021, que teve 1.528.758.

Caos nas UTIs

A maior parte dos estados vive um colapso de seus sistemas de saúde, tanto público quanto privado. Faltam leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e, em alguns, até itens básicos para sedação de pacientes.

Em entrevista ao Metrópoles, Jonas Lotufo Brant de Carvalho, epidemiologista e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), alertou que a tendência para março não é animadora. “A tendência é a situação ainda piorar antes de melhorar. Medidas mais enérgicas em termos de fechamento, para tentar conseguir algum isolamento, começaram, mas ainda temos um ciclo de pelo menos duas semanas de provável crescimento da pandemia antes de qualquer melhora. As medidas ainda são tímidas, mas já de grande avanço.”

Lockdown


Com a alta nos casos de Covid-19, alguns estados já adotaram medidas para tentar conter o avanço da doença. Em São Paulo, por exemplo, o governador João Doria decretou toque de recolher. A ação foi adotada também em Santa Catarina (entre 23h e 6h neste fim de semana).

O governador da Bahia, Rui Costa, anunciou que o estado terá restrição total das atividades não essenciais a partir de sexta-feira (26/2), até as 5h de segunda-feira (1º). No DF, haverá restrição total nos próximos 15 dias.

Os municípios cearenses também adotaram barreiras sanitárias e toque de recolher. No Tocantins, Palmas voltou a fechar as instituições de ensino públicas e privadas, além de adotar o toque de recolher.

Por Portal Metrópoles 

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