sexta-feira, maio 30, 2014

Agentes de Saúde conquistam jornada de 30 horas semanais em Campo Grande (MS)

“Campo Grande vai ser um embrião de uma experiência, que imagino será bem sucedida ", disse o prefeito Gilmar Olarte

Os 1.441 agentes comunitários de saúde de Campo Grande (MS) terão, a partir do próximo dia 1º de junho, a jornada de trabalho reduzida de oito para seis horas (das 7 às 13 horas), com o compromisso de manter a média de 10 visitas domiciliares diárias, que é um desempenho superior à meta fixada pelo Ministério da Saúde.

A redução da jornada semanal de 44 para 30 horas, junto com o reajuste salarial (8%), a correção em 10% da produtividade SUS e o pagamento de um auxilio alimentação de R$ 140,00, assegurados na negociação salarial, foram detalhados pelo prefeito Gilmar Olarte que participou da assembléia geral da categoria realizada ontem à noite (22), na sede do Sindicato dos Servidores Municipais (Sisem).

A nova sistemática de trabalho foi recebida com entusiasmo pelos agentes que, mesmo embaixo de uma fina garoa, lotaram a sede do sindicato e ouviram com atenção as explicações do prefeito.

“Vamos nos desdobrar para cumprir as metas”, garante Marinês Leandro Silva, que há 13 anos cumpre rotina diária de oito horas de trabalho (das 7 às 11 e das 13 às 17 horas) com visitação domiciliar no bairro Alves Pereira, sua área de atuação. “Para cumprir a meta de 180 visitas mensais, visito em média 12 casas por dia. Agora, trabalhando das 7 às 13 horas, dá pra atingir a meta de visitar 10 domicílios. Quando chover, não tem importância, a gente sacrifica o sábado”, explica.

A mesma confiança é revelada pela agente de saúde Darci da Silva, com seis anos de experiência neste trabalho na Vila Carlota. Atualmente, ela ganha R$ 820,00 de salário e R$ 300,00 da produtividade SUS, totalizando R$ 1.120,00.

Com o acordo salarial fechado na data base da categoria (em maio), o salário base sobe para R$ 885,60 (reajuste de 8%) e a gratificação vai para R$ 330,00, com a correção de 10%, somando R$ 1.243,03. Além disso, a Prefeitura vai garantir aos agentes um auxilio alimentação de R$ 140,00, sob a forma de um cartão de crédito.

O presidente do Sisem, Marcos Tabosa, lembrou que, enquanto a administração atual, mostrou disposição para o dialogo, a gestão anterior não só ignorou o projeto apresentado pela categoria, de redução da jornada de trabalho, como também puniu com desconto de R$ 250,00, quem participou de uma manifestação realizada em junho do ano passado, quando a categoria foi às ruas cobrar o atendimento desta e de outras reivindicações.

Ao falar aos agentes, o prefeito mostrou que “a jornada de seis horas é uma luta histórica dos agentes comunitários de saúde” que sua administração decidiu encampar diante do compromisso assumido pela categoria, de que não haverá nenhum prejuízo para a política de saúde preventiva desenvolvida junto à população da qual vocês são de fundamental importância”, lembrou Olarte, que se mostrou consciente do próxima desafio, convencer o Ministério da Saúde de que esta experiência é viável, podendo ser levada ao restante do País.

“Campo Grande vai ser um embrião de uma experiência, que imagino será bem sucedida. No próximo dia 30 (hoje), o ministro da Saúde estará na Capital, quando vamos informar a ele pessoalmente esta inovação”, informou o prefeito.

Jornal dos Agentes de Saúde do Brasil

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