quinta-feira, dezembro 19, 2013

Seis servidores do INSS de Alagoas são detidos em operação da Polícia Federal

Polícia Federal cumpriu mandados de busca e
apreensão em Maceió e Santana do Ipanema
(Foto: Divulgação/Polícia Federal)

Oito pessoas, entre elas seis servidores do INSS foram detidas em uma operação deflagrada pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (18), para coibir a prática de concessão indevida de benefícios assistenciais pela Previdência Social. De acordo com a PF, duas delas confessaram participação nas fraudes.

Seis pessoas foram detidas em Maceió e duas em Santana do Ipanema. Durante uma coletiva de imprensa, na sede da PF, no bairro de Jaraguá, na capital, o delegado federal Alexandre Borges disse que mais de 1.500 benefícios de amparo social (LOAS-Idoso) foram concedidos de forma fraudulenta.

“Um aliciador recolhia documentos e fotos de pessoas humildes, ou até de perfis na rede social, e entregava para a um fraudador, que fazia documentos falsos. Esses documentos eram entregues ao servidor do INSS que fazia o procedimento e autorizava o benefício assistencial. Isso acontecia na Agência da Previdência Social (APS) Monte Máquinas, em Maceió, e na agência de Santana do Ipanema”, explicou.

Borges informou que as investigações começaram no final de 2012 e que, em setembro deste ano, duas mulheres foram presas por aliciar e providenciar documentos falsos para um “laranja”, geralmente um idoso. “Uma das mulheres confessou o esquema e denunciou que um ex-servidor público, demitido da Receita Federal, participava do esquema”, disse.

O ex-servidor está entre os detidos na manhã desta quarta-feira em Santana do Ipanema. Durante a coletiva, o superintendente da previdência Social em Alagoas, Edgar Barros dos Santos, disse que o INSS desconfiou da fraude e comunicou a Polícia Federal. "Nós reforçamos a segurança para acabar com esse tipo de fraude, mas, infelizmente, casos envolvendo servidores são registrados", falou.

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O esquema
As investigações, que começaram no final de 2012 com base em informações encaminhadas pelo INSS, identificaram que a fraude iniciava-se quando aliciadores providenciavam documentos falsos para um “laranja”, geralmente um idoso. Em seguida, o aliciador encaminhava cópia desses documentos para uma das duas agências, juntamente com o requerimento de benefício assistencial. O servidor do INSS envolvido no esquema criava um Número de Identificação do Trabalhador (NIT) para o “laranja” e dava entrada no pedido de amparo social (LOAS-Idoso).

O próprio servidor responsável pela fraude agendava uma data para que o “laranja” fosse atendido na APS. Em regra, o benefício era deferido antes da data agendada e sem que fossem observados os trâmites exigidos pelo normativo interno do INSS.

Somente na análise de uma amostra de 30 benefícios com indícios de irregularidades habilitados por um servidor, 22 possuíam documentos com duas ou três fotografias idênticas. Relatos obtidos no decorrer da investigação apontam que os servidores do INSS cobravam em média 150 reais por benefício concedido. Os falsificadores também recebiam 150 reais por fraude.

A estimativa da Previdência Social é de que o prejuízo causado pela quadrilha chegue a R$ 20. De acordo com o delegado, os investigados serão indiciados por estelionato contra a Previdência Social, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informação, corrupção ativa e passiva, entre outros, de acordo com a participação individual na fraude. "Pedimos a prisão das pessoas, mas só foi autorizado o mandado de condução coercitiva.

G1 AL

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