Sóstenes Cavalcante: 'Se o governo está achando que vai nos tratar com banco de talentos e segundo escalão, está se enganando'. Foto: Heleno Rezende/PSD
As vitórias do DEM nas eleições para presidente da Câmara e do Senado foram apenas o começo do renascimento do partido. A legenda, agora, se movimenta para crescer no vácuo do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, dentro do Congresso e no próprio Palácio do Planalto. No Parlamento, o partido se articula para liderar as negociações com o governo em troca de cargos. No Planalto, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), acomoda, desde o início do ano, apadrinhados políticos de aliados na Esplanada dos Ministérios, segundo afirmam correligionários do presidente.
No Congresso, o discurso é de que o próprio Bolsonaro terá de pedir para o DEM auxiliar na articulação. Mas isso terá um preço. Em troca de apoio pela aprovação da reforma da Previdência, o governo está disposto a oferecer cargos de segundo escalão para baixo por meio do “banco de talentos”, mecanismo que tem por objetivo “profissionalizar” as indicações políticas. Inicialmente, a proposta foi ironizada por líderes e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Agora, maturada, abriu caminho para a barganha de postos mais altos.