Dona Expedita Ramalho, avó materna de Assis Ramalho
Por Paula Rubens
Nascida no Sítio Cajazeiras, distrito de Conceição do Piancó, no ano de 1922, Expedita Jacobino Ramalho, filha de Ana Ramalho de Souza e Izaías Jacobino de Souza, ficou órfã de mãe aos dezesseis anos. Triste por ver o pai viúvo casar-se novamente há apenas onze meses após o falecimento da esposa e inconformada em ver seus seis irmãos menores serem tratados de modo grosseiro pela madrasta sem que o pai nada fizesse para impedir, ela que nada podia fazer, decidiu ir embora na primeira oportunidade que tivesse.
A oportunidade surgiu através de Sinhô, cunhado de seu pai, irmão da nova esposa. Ele havia se casado com uma prima do Mundo Novo. Por causa disso, voltou ao Sírio Cajazeiras para vender uma propriedade para comprar outra no Mundo Novo. Regina, a mulher de Sinhô, conhecida como Marruca, era prima muito chegada de sua mãe, quase uma tia sua.
Assim, já com um plano em mente aos dezenove anos aceitou correndo o convite de Sinhô para que conhecessem a nova terra. O pai e um dos irmãos foram também. Seguiram por dois dias, ela, Sinhô, seu pai e seu irmão mais velho, em quatro animais, um só para a bagagem.
Seu pai passou por lá quase um mês, ajudou a construir a casa do cunhado em Cipozinho e quando resolveu voltar chamou a filha. Ela, muito bem acolhida onde estava, anunciou que não voltaria com ele. O pai não insistiu. Deixou que ficasse. O plano já era não voltar, mas mesmo que quisesse... Não é que teve um moço que ao vê-la pela primeira vez na casa onde ela estava hospedada, encantou-se e disse determinado: “essa não volta que eu não deixo!" E não deixou mesmo! Com ela casou há pouco mais de um ano depois de conhecê-la.
Ela com 21 anos e Antonio Nunes, seu noivo com 23 anos. Ele era neto do velho Antonio Nunes, o primeiro morador do Mundo Novo, que veio morar lá enviado por seu pai, o dono da terra, Capitão José Xavier, da Quixabinha. A intenção era livrar o filho recém casado e sua esposa, Ana, de uma epidemia de varíola, que vitimou posteriormente o próprio Capitão Xavier. Vida nova num mundo novo. Assim, por Mundo Novo, ficou batizado o lugar.