Cíntia Campos, Patrícia Jaques e Fernanda Cruz, nutricionistas da Prefeitura de Petrolândia |
O Blog de Assis Ramalho entrevistou a nutricionista da Prefeitura Municipal, Ana Patrícia Jaques Marques, responsável pelo acompanhamento da Casa da Criança Nutrida. Acompanhe a matéria abaixo.
Assis Ramalho: Patrícia, explique como é que funciona a Casa da Criança Nutrida, já que esta casa funciona há muitos anos e sempre está evoluindo, não é verdade?
Patrícia Jaques: É verdade. Há dez anos que eu trabalho neste projeto, que é a Casa da Criança Nutrida. E nestes dez anos ela vem evoluindo com melhoras, com inclusão de novos alimentos no cardápio. Hoje, Assis, a gente cuida de 100 crianças. Essas 100 crianças são cuidadas e alimentadas junto com suas mães. Então a mãe vem e se alimenta a mãe e o filho. Então, isso é uma ação muito boa, porque antigamente, quando ela foi criada, as mães levavam a comida pra casa. Elas não vinham à casa. Então o que acontecia é que não tinha garantia que aquela criança estava se alimentando. E com a mudança da criança à minha casa, eu tenho certeza que a criança está se alimentando. Eu posso controlar, eu posso pesar, eu posso acompanhar, eu posso fazer atividades, fazer palestras com as mães, então o programa ficou muito melhor. Hoje, em três meses a gente consegue recuperar uma criança que está com baixo peso, a gente consegue tirar ela desse estado porque frequenta todos os dias a Casa. Então é um programa muito bom. É tanto que Petrolândia está se destacando dos demais municípios. Às vezes, os municípios vizinhos até brincam, perguntando como é que Petrolândia consegue fazer isso. Mas eles não veem esses programas que o município sustenta com o dinheiro próprio, que são esses, como a Casa da Criança Nutrida. E tem um outro projeto também, Assis, o que funciona no CRAS. Se hoje a gente tem 100 crianças, essas 100 crianças são especificamente atendidas neste outro programa. Então é o conjunto dos dois, pra gente chegar a quase zero na desnutrição.
Assis Ramalho: O que é muito importante em tudo isso, é que o grau de desnutrição diminuiu muito nos últimos anos, não é verdade?
Patrícia Jaques: Diminuiu muito. O que é que está acontecendo no Brasil, em Petrolândia, em todo canto? Antigamente a gente tinha 30% de desnutridos. Mas com as melhoras no saneamento, no acesso à comida, o que foi que aconteceu? O percentual de desnutrição geral no Brasil, caiu. Mas, em consequência disso, aumentou a obesidade. Então, hoje a realidade de muitos municípios é uma média de 50% de obesos e 10% de desnutridos. O prefeito tem que se preocupar com esses 10% que aqui em Petrolândia é 3%, porque Petrolândia é diferente. Ele tem que se preocupar com esses 3%. Mas ele também tem que abrir o olho, para começar a se preocupar com a obesidade. E é isso que o prefeito de Petrolândia já está fazendo, construindo a Academia da Cidade. Na Academia da Cidade a gente vai trabalhar o contrário. A gente vai trabalhar com essas pessoas que tem peso elevado, para que esse percentual de pessoas com o peso adequado seja maior, a cada dia, em Petrolândia.
Assis Ramalho: A evolução do trabalho no município é fácil perceber, a partir do momento em que antes, só existia uma nutricionista, e hoje já são três?
Patrícia Jaques: Olha, eu fico muito feliz, porque no início da gestão de Lourival (Simões), eu era ''Maria faz tudo'' aqui em Petrolândia. Eu não conseguia fazer tudo tão perfeito, porque uma pessoa só não consegue tudo. A nutricionista, ela age em varias áreas: Educação, Ação Social, Saúde. A gente faz muitas ações com a comunidade. Então, hoje, o prefeito é muito aberto a essas situações. É tanto que ele contratou uma (nutricionista) exclusivo para a Educação, uma exclusivo para Ação Social, justamente para intensificar esses programas, intensificar essas ações com essas pessoas. E não só com desnutridos e obesos também. A gente também trata daquelas pessoas hipertensas, com diabetes, que hoje (o número) é absurdo em Petrolândia. Hoje a gente tem ações que inexplicavelmente você não vê em canto nenhum em (termos de) Saúde curativa, que é o que a gente tem no Hospital, (não se vê) melhor em canto nenhum da região. O prefeito já investiu o máximo que podia, tem tudo de bom aqui em Petrolândia na área curativa. Mas o que o prefeito tem que investir mais agora é na Saúde preventiva, que é evitar que você fique gordo, evitar que você fique doente, essa ação ele está começando a trabalhar, a investir mais nessa área.
Assis Ramalho: E ainda tem o trabalho feito pela creches, muito importantes, e que são acompanhados também, não é, Patrícia?
Patrícia Jaques: Exatamente. Hoje temos a creche aqui do município (Creche Criança Feliz). Duas em construção na cidade e outras em construção na zona rural, nas agrovilas. Mais ou menos daqui a um mês essas creches já vão ser inauguradas e, com certeza, com a abertura dessas creches vai melhorar mais ainda a ajudar a diminuição da mortalidade infantil e o peso dessas crianças.
Assis Ramalho: E essa matéria é muito importante, Patrícia, porque você está passando sua mensagem para todas as mãe, pra todas as crianças, principalmente para todos os pais, e mostrando os trabalhos que são realizados no município.
Patrícia Jaques: Assis, o alimento não é tudo, tudo na vida. Você tem o direito humano à alimentação. Mas esse direito não envolve só você ter o que comer, como ter a comida aqui na Casa da Criança Nutrida. Fora a comida, o prefeito tem que dar lazer, ele tem que dar saúde, ele tem que dar moradia, ele tem que dar higiene, ele tem que dar controle de qualidade aos alimentos. O prefeito tem que trabalhar no intuito de dar qualidade de vida, de haver o direito humano à alimentação. É assim que Lourival está fazendo. Primeiro investindo em dar o alimento e, por trás de tudo isso, ele está investindo em ações em que a pessoa possa produzir o alimento, a pessoa possa comprar o alimento, e não precisar mais de (ajuda da prefeitura de) Petrolândia nem de Casa da Criança Nutrida para vir comer. O prefeito está trabalhando para que aquela pessoa tenha o dinheirinho pra comprar o alimento, pra não precisar ir pedir na (Secretaria de) Ação Social, pra não precisar vir comer na Casa Criança Nutrida. A gente tem que melhorar a renda, melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Aí sim, o quadro geral de satisfação e de direito humano à alimentação vai estar realizado.
Assis Ramalho: obrigado, Patrícia, pela entrevista.
Da Redação do Blog de Assis Ramalho