Mexilhão-dourado, molusco invasor que se fixa em qualquer tipo de superfície, foi encontrado em Sobradinho e na entrada do eixo norte do canal da Transposição. "Uma vez detectada a presença da espécie no rio, não existem medidas conhecidas para evitar que se alastre rio abaixo uma vez que esse deslocamento se dará com a correnteza", diz o IBAMA.
Por Mauricio Tuffani/Blog Folha
Após ter se alastrado para rios das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, chegou ao Nordeste uma espécie invasora de molusco, originária da China e do Sudeste Asiático. Depois dos primeiros alertas em junho deste ano, a presença do mexilhão-dourado foi confirmada em outubro na Bahia, no reservatório de Sobradinho do rio São Francisco, por pesquisadores do CBEI (Centro de Bioengenharia de Espécies Invasoras) e da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).
A presença do molusco invasor também havia sido detectada em junho por uma vistoria do Ibama (Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) em Sobradinho, mas até agora o órgão federal não havia divulgado a informação.
Em seu boletim de alerta do dia 10, o CBEI informou que seus pesquisadores também coletaram larvas e adultos de mexilhões-dourados na entrada do eixo norte do canal de transposição do rio São Francisco.
O mexilhão-dourado (nome científico
Limnoperna fortunei) foi detectado pela primeira vez na América do Sul na foz do rio da Prata, na Argentina. E proliferou com muito mais facilidade neste continente, onde não existem os parasitas e predadores de seu ambiente original, na bacia do rio Yang-tsé, que regulam a expansão da população desse molusco.