Obras no Ramal das Vertentes Litorâneas, Acauã-Araçagi, na Paraíba
No Lote 10, construtora termina trechos do canal referente às primeiras licitações, de 2007
Obras no Ramal das Vertentes Litorâneas, Acauã-Araçagi, na Paraíba
O Projeto de Integração do Rio São Francisco terá aproximadamente 620 quilômetros de extensão (quase a distância entre Recife e Salvador), com construções que chegam a ter a altura de um edifício de mais de 10 andares, pontes, passarelas, estações de bombeamento, de controle, túneis, aquedutos, canais, barragens e reservatórios. De acordo com o Ministério da Integração, 8,7 mil trabalhadores atuam em 113 frentes de serviço, onde operam quase duas mil máquinas, e está prevista a contratação de mais mil novos postos de trabalho até março de 2014.
Conforme o Ministério, no segundo semestre de 2014 a obra já terá água em alguns trechos de canais.
Para o início da construção, em 2007, a obra foi dividida em 14 lotes, mais dois canais de aproximação – concluídos pelo Exército Brasileiro. Havia nada menos que 80 empresas envolvidas nas atividades de engenharia civil, eletromecânica, ambiental, gerenciamento e supervisão, segundo informações do Ministério da Integração – o que provocava inúmeros problemas de gerenciamento.
Por isso, em 2010 a obra parecia ter perdido o fôlego; houve, inclusive, notícias sobre paralisação, em meados daquele ano. Segundo o Ministério do Planejamento, a obra atrasou também pela complexidade e necessidade de executar serviços não contemplados nos contratos de então, exigidos pela distância entre canais, pela diversidade de tipos litológicos (terrenos arenosos, pedregosos), e pelos mais variados estágios de intemperismos (alternância de secas e períodos chuvosos em sete anos de obras). “O grau de certeza dos materiais geológicos a serem enfrentados só pode ser efetivamente conhecido ao decorrer da execução das obras, fazendo-se necessários alguns ajustes”, foi o relato ministerial. Ironicamente, a falta de água nos últimos anos também atrapalhou, já que para fazer o concreto nas estações de bombeamento, de controle e nos canais teve que ser trazida de caminhão, do mesmo rio São Francisco.
Mesmo com a demora, em janeiro de 2012 havia mais de três mil trabalhadores em campo. Naquele ano, o Ministério da Integração abriu uma nova rodada de licitações, e foram retomadas as atividades na obra, a um custo previsto de quase 8,2 bilhões de reais – o dobro do previsto na licitação original.