Os vereadores Louro do Vidro, Professor Evaldo, Zé Pezão e Joilton, integrantes da Bancada de Oposição na Câmara Municipal de Petrolândia, foram entrevistados ao vivo na manhã de sábado (23), pelo radialista e blogueiro Assis Ramalho, no programa 'Acordando com as Notícias', transmitido pela Web Rádio Petrolândia.
Na oportunidade, os legisladores petrolandenses avaliaram o ano político no município - segundo eles, uma ano para se esquecer - e as expectativas para as próximas eleições.,
O vereador Joilton Pereira, primeiro Secretário da Mesa Diretora, e candidato a presidência da Câmara, para o segundo Biênio, fez sua avaliação do seu primeiro ano como legislador.
Joilton Pereira: 'Na verdade eu já venho de uma família política onde meu pai foi vereador por dois mandatos, uma na velha Petrolândia e outro aqui, na nova cidade. Tive também a sorte por ter meu primo Carlinhos por quatro mandatos, e eu sempre ao lado dele. E agora ele achou que era a hora certa de dá uma parada, me indicou, e nós tivemos a felicidade do sucesso da minha eleição. Sobre a avaliação do meu primeiro ano como legislador, o que eu acho é o seguinte: No meu início de mandato eu pensava que a gente iria conseguir coisas maiores como vereador, mas é difícil. A gente faz as indicações do poder Legislativo para o Executivo, e não se realizam. Nós, vereadores, fizemos mais de 120 indicações ao poder executivo, e não por que queira fazer críticas, mas afirmo que não foi feita a primeira indicação nossa. Então as pessoas acham que o vereador não trabalha, mas nós trabalhamos, nós temos visão do que está acontecendo no município, por que somos o fiscal do povo. Durante todo o ano eu falei nas reuniões da Câmara que não era vereador de prefeito e, sim, vereador do povo, um vereador independente''.
Perguntado, Joilton afirma que é vereador da bancada de oposição
''Hoje eu sou vereador da oposição. No início do meu mandato eu achava que dando suporte aos projetos da prefeitura iria dá certo, iria ajudar o município, mas a gente ver que não acontece nada, mesmo eu fazendo parte da mesa diretora como 1º Secretário. Então depois de reunião com os 4 vereadores de oposição, nós conseguimos unir as forças e cobrar mais, ter mais força, por que tudo que a gente cobrou até agora, nada foi realizado. Então, sobre sua pergunta, está esclarecido, sou vereador de oposição''.
Perguntamos se realmente era candidato a presidência da Câmara e se a vitória já era certa. Antes da resposta, o vereador preferiu abordar outros assuntos, que segundo ele, precisava de esclarecimentos.
Joilton Pereira: ''Em cima da pergunta que você me fez, eu gostaria primeiro de esclarecer algo lá atrás, no início de janeiro. Eu fui eleito vereador pela oposição no meu partido, que tenho mais de 16 anos de filiação, do qual hoje sou tesoureiro, que é o PTB. Partido esse que temos o nosso senador Armando Monteiro, representado pelo ex-vereador Carlinhos. Você sabe que todos os anos o vereador Carlinhos, junto com o senador Armando Monteiro, na época, desde quando (Armando Monteiro) era deputado federal, trazia anualmente ônibus para fazer exames de mama e de prostada. E que esse ano, Carlinho, junto comigo, conseguimos novamente junto a Dr Armando Monteiro. Só que tem que ter a contrapartida da prefeitura que é uma ajuda para pagar a estadia, a alimentação dos médicos e dos funcionários que vem prestar esse serviço. Tentei por mais de 15 dias falar com a prefeita para ver se ela fazia essa participação com a gente, mas na realidade não tive sucesso. Tentei ligar, não me atendeu, a última tacada que eu dei foi de ir diretamente na prefeitura falar com jucy (secretária), e pedir para ela me atender. Jucy foi, conversou com ela, voltou, e disse ''Joilton, ela vai entrar em reunião, e daqui para quarta-feira ela lhe dá uma resposta. Eu disse ''Jucy, faz o seguinte, diga a ela que não passe de quinta, por que eu tenho que dá essa resposta a Dra Aracy que é assessora de Dr Armando, em Brasília Se não, nós vamos perder''. Isso aconteceu. Aconteceu por que passou segunda, passou terça, passou quarta, passou quinta e eu não tive resposta. Então eu fiquei muito triste''.
Fidelidade a Carlinhos e apoio a candidatura de Delano
Joilton Pereira: ''Eu nunca sair do meu partido, jamais eu vou deixar o meu primo Carlinhos que é o meu trunfo, é o meu braço direito, é o meu braço esquerdo, é tudo. Depois do meu pai, Zildo Rodrigues, é Carlinhos. É o meu segundo pai. Em dezembro eu tive uma conversa com Carlinhos e falei para ele ''Carlinhos, eu vou votar no presidente Delano, até por que existe um grau de parentesco''. E eu achava que iria dá certo votando na presidência para Delano. É tanto que nós tivemos uma reunião em Janeiro (em uma chacara), que foi justamente para decidir a votação da presidência para Delano, e o pastor Ricardo me perguntou se eu estava com o governo, e eu disse ''negativo, eu não estou com o governo. Eu sou um vereador independente, eu vou votar no presidente da Câmara, estou aqui para confirmar o meu voto. Agora pastor, não tenha dúvidas de que eu vou lhe ajudar. O que depender de mim, o que vier de bom para a nossa cidade, pode ter a certeza que você tem o meu voto''. Você pode perguntar a todos os vereadores que estiveram lá, que foi dito isso lá.
Perguntamos ao vereador se se sentiu rejeitado pelo poder executivo, e voltamos a interrogar se acha que tem os votos necessário para ser eleito presidente da Câmara, para o 2º biênio.
Joilton Pereira: ''Não acho que fui rejeitado mas pelo motivo de eu não me definir, de eu não tomar o lado deles, eu fui aquele cara esquecido. E conversando com os meninos da oposição a gente chegou a um denominador comum, e daí foi que saiu a decisão, com o apoio deles, de minha candidatura a presidente da Câmara. Eles observaram que eu tinha como conseguir duas pessoas (vereadores) importantes da situação, por que só nós cinco não fazíamos a presidência. Então, hoje, eu tenho os quatro vereadores que são: Louro, Evaldo, Zé Pezão e Jorge Viana. E tenho mais dois vereadores da situação, que deram a palavra que votam comigo, que é Nilson Pescado e Dedé de França. Já fui questionado por muitos que dizem ''você não ganha não, por que eles não vão votar''. Eu quero dizer que o poder existe, mas não existe poder maior do que a palavra e o compromisso. É por isso que eu disse a você que acho que vai dá certo, mas quem sabe de tudo que vai acontecer é Deus''.
Pedimos ao vereador Joilton que fizesse avaliação do presidente da Câmara, Delano Santos
''Cada um tem sua maneira de trabalhar. Na realidade, eu como presidente, eu teria feito algumas coisas diferente. Mais ele é ele, e eu sou eu. finalizou Joilton, desejando um feliz ano novo para todos petrolandenses''.
Vereador por três mandatos, José Luiz, o popular Zé Pezão, disse que o ano de 2017 foi o pior desde sua chegada na Câmara, em janeiro de 2009.
''Nos meus nove anos que estou como legislador, esse ano foi o pior que passei por que gente não viu a nosso cidade se desenvolver. Quando a gente entra na política é para tentar ver as coisas se desenvolver, mas esse ano tudo foi pior. (esse ano) A gente teve até mais cuidado em não agredir as pessoas, não machucar, mas teve momentos em que ficamos chateados. Gostaríamos de ver as coisas acontecendo na cidade, para o povo sentir o nosso trabalho. Mas o vereador não tem a tinta na caneta, e as pessoas não entendem, mas vão entender um dia em que passar por um cargo desse. Então esse ano de 2017 foi terrível, nos últimos três anos a gente vem aos trancos e barrancos, mas não quer dizer que amanhã não possa avançar. Eu até parabenizo o ex-prefeito Ricardo pela atitude tomada, quando ele viu que não dava para levar adiante, renunciou por que quem estava sofrendo era a população de Petrolândia. Então achei um ato nobre o dele, o de renunciar. Tenho uma grande admiração por Jane mas também fica a desejar, por que a gente sabe que o que aconteceu vem de uma gestão traumática, que foi a gestão passada, e ela não diz nada. Então eles fazem um escudo, uma blindagem, diante da gestão passada. Ver as contas do ex-prefeito (Lourival Simões) como é que ficou. Então vai surgindo coisas piores, e não precisa alguém blindar ninguém, por que um dia vai acontecer de vir a tona''.
O vereador Louro do vidro disse que pensava em mudar Petrolândia em apenas seis meses, mas admite que hoje a cidade está pior de quando assumiu a cadeira na Câmara. Sobre seu futuro político, disse que almeja algo maior do que ser um simples vereador.
''Fico alegre em ser vereador de Petrolândia que é a cidade que eu amo, apesar de não ter nascido em Petrolândia, moro aqui há 33 anos. Eu endosso as palavras de Joílton. A gente entra, pensa que é uma coisa, mais é totalmente diferente. Eu achava que em seis meses nós iriamos fazer uma Petrolândia melhor, uma Petrolândia diferente mas, sinceramente, tenho que dizer a verdade, acho que a cidade está pior do que estava. Só dando como exemplo, quando eu estive aqui pela última vez ( no programa acordando com as notícias) falei dos problemas de energia, e continua a mesma coisa. Há muito entulho na cidade, muito mato, muito lixo. Aí, teve um corte de funcionários e ao invés de cortar em outros setores, cortaram na secretaria de limpeza. Não vou criticar nem A nem B, as pessoas estão vendo, que julgue, que façam o que é o certo e nas eleições dê o troco. Vem aí as eleições de 2018, e vejam quem é o melhor para Petrolândia, e dê seu voto certo''.
Apoio para eleições de 2018 e pretensões maiores na carreira política
Louro do Vidro: ''A gente ainda vai se articular, tem o grupo da oposição, o líder é Evaldo, mas 90º a gente já tem definido o deputado estadual, que é Rodrigo Novaes. Para federal a gente ainda vai ter uma conversa, e eu quero dizer a você, Assis, que eu entrei como vereador mas meu pensamento é maior. Não quero somente ficar como vereador, eu quero subir. Não sei como vai ser, mas na política não quero ficar apenas como vereador. É igual a seleção, você quer sempre vestir a amarelinha. O vereador finalizou desejando um feliz 2018 para todos de Petrolândia e região''.
O vereador Evaldo se disse triste com a situação do município e teceu duras críticas ao governo municipal
''Você escuta nas redes sociais que vereador não faz nada, não fiscaliza, que ganha bem, que não produz, mas quando você entra para ser um vereador você tem um propósito. No meu caso específico, eu sou sindicalista, sou professor, sou vice-presidente dos Sindicato dos professores, então o meu intuito era ser vereador,e contribuir nessa área. Esse ano, no meu primeiro ano de mandato, posso dizer que os foi um ano atípico, um ano com dois prefeitos, um ano em que todos prefeitos que entravam pediam 100 dias e os 100 dias prorrogavam por mais 100, e terminou o ano. O que me entristece é o seguinte: Ontem eu estive na prefeitura com os motoristas de transporte escolar, são cinco meses sem receber pagamento. Os pipeiros, há 15 dias atrás estivemos reunidos, são quatro meses sem receber. Transporte de universitários para Paulo Afonso, são três meses sem receber. Tive a informação que os fornecedores estão com três meses sem receber. Aí tem as cobranças em todas as reuniões da Câmara, é material escolar que não tem por que não tem recursos. Aí o amigo Saide conseguiu acesso a um depósito em que tinha meio mundo de material vencido, fardamento escolar vencido, ainda da época de Marquinhos. Aí nós temos serviços essenciais como iluminação, entulho, esgotos estourados, o Mercado Público do jeito que está, o matadouro, os Postos de Saúde fechado, falta de médicos, o hospital na situação que está, até parece que é um muro das lamentações, que a gente quer detonar, não é. Aí depois de tudo isso, chegou uma notícia boa. As casas populares. Mas no momento em que chega as casas populares, chega a bronca. Quem tem que pagar a conta é a população. Então a gente fica em uma situação complicada, por que somos um legislativo, a gente fiscaliza e a gente propõe. Então a questão não é fiscalização, não é cobrança, não é preposição, a questão é execução. E infelizmente, ou não, não são os vereadores que executam. Que executa é o executivo''.
Perguntado, Professor Evaldo fala sobre presidência da Câmara de Vereadores
''O fato de ter o presidente da Câmara atrelado diretamente ao executivo, em tese, para a população, não é algo interessante. O bom para a população seria que a Câmara de Vereadores fosse totalmente independente do executivo. Não é para prejudicar, dizem que se você aprovar 5% para o gestor fazer o manuseio, trava o município. Muito pelo contrário, é um ato de fiscalização, é uma forma de você ver as coisas antes das coisas acontecerem. Então o ideal seria que a Câmara de Vereadores fosse independente do executivo, não para travar o município. Mas para fiscalizar com mais veemência, com mais força. Sobre a presidência, a gente está articulando, se Deus quiser tudo vai dá certo, e a gente vai ter uma Câmara de oposição, não de oposição do quanto pior melhor, mais de oposição para trabalhar em favor da população. No mais, quero agradecer a você, Assis, pelo espaço no blog e na Web Rádio Petrolândia e desejar aos amigos petrolandenses um 2018 bem melhor do que foi o de 2017''.
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Redação do Blog de Assis Ramalho