Com 15 mil habitantes, Jatobá está na UTI. Ganhou para a pobre Manari, no Alto Sertão, o título de pior IDH do Estado, abaixo do Manari, no Sertão Central, que antes era o pior. Quem adoece, corre o risco de morte. No hospital, além da falta constante de médicos, é raro encontrar remédios e nem as ambulâncias estão em condições de transportar doentes para hospitais da região ou do Recife.
Goreti deve receber uma herança maldita. O prefeito tem atrasado salários, fornecedores e paralisado obras. “Eu estou preparada para o pior”, admite Goreti, que não recebeu, até o momento, nenhuma informação oficial sobre a situação financeira do município, apesar de ter instituído a comissão de transição.
Na educação, outro desafio será tirar o município da faixa de pior desempenho no Ideb. A cidade conta com apenas uma escola estadual com ensino integral, uma escola de referência e uma unidade particular. O município tem uma área reservada aos índios da região, os Pankararus. Por isso, grande parte do turismo está direcionada às aldeias indígenas. Outro ponto bastante visitado é a antiga estação de trem, do século XIX, que foi desativada em 1960 e recentemente restaurada.
A cultura indígena é muito forte na região, com destaque para o Toré (dança indígena) e as festas religiosas realizadas pelos índios. O nome do município foi uma homenagem feita pela Chesf ao município de Petrolândia, que quando era um distrito integrante de Tacaratu se chamava Jatobá. No início do povoamento da atual cidade, o local era chamado de Bebedouro do Jatobá, que fazia referências aos frondosos jatobazeiros, local onde o gado vindo dos Estados da Bahia, Alagoas e Sergipe bebia água.