Os investigadores que atuam na Operação Gabarito já chegaram à casa de 100 suspeitos identificados. Até agora, 25 foram presos, mas a Polícia Civil trabalha com um universo de 500 pessoas, envolvidas no esquema de fraudes em concursos públicos. Nesta terça-feira (16), uma mulher aprovada em um curso, por meio da fraude investigada, se apresentou à polícia, dizendo que não quis esperar ser presa. Prestou depoimento e foi liberada, porque não havia flagrante, nem mandado de prisão expedido contra ela.
Segundo o delegado Lucas Sá, da Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa (DDF-JP), que investiga o esquema criminoso, uma centena de suspeitos identificados é apenas o início do trabalho, já que, diariamente, surgem novos suspeitos. A mulher que se apresentou é um dos 500 suspeitos de terem conseguido aprovação em concursos públicos, mediante fraude. "Ela confessou que comprou o kit de comunicação, com o ponto eletrônico e outros equipamentos, pelo valor de R$ 20 mil e que a negociação foi feita com Vicente e Flávio (dois dos líderes da quadrilha). Disse que foi aprovada e que estava aguardando a nomeação para o cargo, o que não vai mais acontecer", contou o delegado.
A Operação Gabarito foi deflagrada na manhã do domingo (7), com a prisão dos líderes e alguns integrantes de uma organização criminosa, que cobrava valores entre R$ 50 mil e R$ 150 mil, para repassar as respostas aos candidatos que contratavam o serviço. Para isso, o grupo tinha professores que eram pagos para se passarem por candidatos e responder as provas no dia dos concursos. Eles concluíam a avaliação em pouco tempo e, ao sair, passava as respostas para uma espécie de central de operações da quadrilha, que retransmitia as respostas para os candidatos, através de um moderno sistema de pontos eletrônicos.