O presidente Jair Bolsonaro discursou ao lado de Valdemar Costa Neto (esquerda) e do presidente da Câmara, Arthur Lira (direita), durante a filiação ao PL — Foto: Reprodução/YouTube O presidente Jair Bolsonaro se filiou na manhã desta terça-feira (30) ao Partido Liberal. A cerimônia de filiação aconteceu na sede do partido em Brasília e contou com a presença do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, e de integrantes do governo.
Bolsonaro foi eleito presidente pelo PSL em 2018 e deixou o partido em 2019, em meio a divergências com a cúpula da legenda. Na ocasião, chegou a articular a criação de um novo partido, a Aliança Pelo Brasil, que não passou da fase de coleta de assinaturas.
O PL será o nono partido da carreira política de Bolsonaro. Em três décadas, o atual presidente passou por PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e PSL.
No discurso, Bolsonaro fez acenos aos parlamentares do PL e de outros partidos que tinham representantes presentes no evento. Tanto o PL como as outras siglas citadas por Bolsonaro fazem parte do chamado Centrão, uma bancada informal no Congresso que abriga siglas de centro-direita e com a qual o governo se aliou desde o ano passado, em busca de uma base de sustentação na Câmara e no Senado (veja mais sobre o Centrão ao fim desta reportagem).
"Estou me sentindo aqui em casa, dentro do Congresso Nacional, aquele plenário da Câmara, tendo em vista a quantidade de parlamentares aqui presentes. Me trazem lembranças agradáveis, lembranças de luta, acima de tudo, momentos em que nós, juntos, fizemos pelo nosso país. Eu venho do meio de vocês. Venho de 28 anos na Câmara", afirmou o presidente.
Bolsonaro disse que não foi fácil optar pelo PL, tendo em vista propostas para entrar em outros partidos com o quais também sente afinidade.
"Eu vim do PP. E confesso, prezado Valdemar, a decisão não foi fácil. Até mesmo o Marcos Pereira [presidente do Republicanos], conversei muito com ele e com outros parlamentares", completou Bolsonaro.
"Pode ter certeza que nenhum partido será esquecido por nós", frisou.
Oficialmente, a pré-candidatura de Bolsonaro ainda não foi lançada. Ele fez questão de ressaltar que o evento desta terça era exclusivamente um ato de filiação.
"Não estamos aqui lançando ninguém a cargo nenhum. Um evento simples, mas de muita importância, a filiação, que é a passagem para que possamos pleitear algo lá na frente", concluiu o presidente.
Bolsonaro repetiu uma provocação que tem feito nos últimos meses ao Supremo Tribunal Federal (STF). Sem se referir diretamente à corte e sem citar nomes de ministros, disse que "alguns" extrapolam "na região" da Praça dos Três Poderes.
“Nós temos um bem que está na nossa frente e não podemos desprezar, achar que ele não vai acabar nunca, um bem que nós devemos sempre zelar por ele, que é a nossa liberdade. Alguns extrapolam aqui, na região da Praça dos Três Poderes, mas essa pessoa vai ser enquadrada, vai se enquadrando, vai vendo que a maioria somos nós. E nós aqui, que temos voto em especial, é que devemos conduzir o destino da nossa nação", disse Bolsonaro.
Vários ministros participaram do evento de filiação de Bolsonaro, como Paulo Guedes (Economia), Flávia Arruda (Secretaria de governo), Marcos Pontes (Ciência e tecnologia), Tarcísio de Freitas (infraestrutura), Tereza Cristina (Agricultura), Milton Ribeiro (Educação), Rogério Marinho (Desenvolvimento regional) e Ciro Nogueira (Casa Civil).
Entre os presentes, também estavam o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
Filiação de senador e de ministro