Orla Fluvial de Petrolândia
Fotos: Lúcia Xavier
"Infelizmente a baixa do Lago de Itaparica vem se confirmando: Com volume de 26,8% e na cota 300,48 (até ontem - 07/03/2014)". As palavras são do Secretário de Desenvolvimento Econômico de Petrolândia, Marcos Rogério Viana, em comentário a relatório da Chesf, que divulga a projeção semanal dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas de Sobradinho, Itaparica, Apolônio Sales e Xingó.
No relatório emitido pela Chesf em 28 de fevereiro, o lago de Sobradinho teve projeção de incremento de 0,8% no nível, enquanto Apolônio Sales (Paulo Afonso-BA) e Xingó (Canindé do São Francisco-SE) mantêm-se estáveis. O lago de Itaparica situado em Petrolândia-PE, no entanto, teve confirmação de perda de 1,8% no nível da represa, saindo de 28,6% para 26,8%. Em apenas uma semana, foram perdidos quase 2% do volume de água do reservatório.
O lago de Itaparica serve à Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga, situada em Petrolândia, abastece a cidade. A baixa nas águas da represa pode ser observada sem medições. Na Orla Fluvial, a margem da água está já bastante afastada da faixa onde, em 2012, foi colocada areia fina sobre o barro vermelho para embelezar a prainha. Mas, à medida que as barracas e frequentadores do balneário avançam sobre o leito do lago, acompanhando o retrocesso das águas, a poluição os acompanha. No momento, com a redução das águas, é até questionável a balneabilidade da área, se lembrarmos que, bem perto, desaguam canais de galerias conduzindo, em tese, águas pluviais (esgoto).
A vegetação que cobre as margens do lago incomoda muita gente e há quem considere as plantas e capim como supérfluos. O que se desconhece é que aquela vegetação é necessária, para não dizer obrigatória e protegida por lei. É esse estreito trecho de "mato" que ainda protege as margens do lago, evitando a aceleração do assoreamento na área, com o constante arrastar da areia por eventuais chuvas e pelo vento, principalmente nesta época em que o lago está vulnerável (seco) e a areia se move com mais facilidade.
Pessoalmente, somos contra a retirada radical da cobertura do solo, seja na margem ou ao longo das pistas da Orla Fluvial, deixando a terra desprotegida tão somente para suposto "embelezamento" temporário. Sim, porque as parcas vestes da Terra, esta senhora cheia de pudores, renascem para cobrir suas feridas com farrapos verdes, feios e obstaculosos ao nosso senso estético. Em vez de desmatar essas enormes áreas, enterrando recursos em operações de "enxugamento de gelo" (capinação), é mais sensato empregar o solo fartamente disponível na Orla para uso em projetos de utilidade pública, como, por exemplo, hortas comunitárias e reflorestamento com árvores nativas da região ou em jardins. A orla ficaria ainda mais bela. Porém... a Orla de Petrolândia, como sabemos, não pode ser usada para absolutamente nada em prol da comunidade, por um só motivo: depredação.
Portanto, a atenção de todos deveria estar focada na conscientização de quem destroi o equipamento público, quebra lâmpadas, quebra vidros no passeio no qual mães e pais fazem caminhadas com seus filhos, estes às vezes descalços, arranca pedras do calçadão, danifica placas de sinalização e pratica todo tipo de malfeito para desperdício do dinheiro dos contribuintes de todo o município e não apenas dos bem-aventurados que podem desfrutar da Orla Fluvial.
Mimimi e kkk não resolvem problema de ninguém, muito menos de um município. Se cada um fizesse apenas e nada mais do que a sua parte, recolhendo somente o seu lixo ao visitar a Orla ou a prainha, já contribuiria com um grande benefício ao Meio Ambiente, ao lago de Itaparica, ao rio São Francisco, à sua comunidade, à sua região e ao planeta.