Assis Ramalho entrevista o lateral direito do Goiás, Vítor
Na sexta-feira passada, 27 de dezembro, o lateral direito Vítor, natural da cidade de Delmiro Gouveia (AL), atualmente jogando pelo Goiás, esteve em Petrolândia (PE). O objetivo da visita do jogador de futebol foi participar de uma pelada de confraternização entre amigos no campo Society da AABB.
Na oportunidade a reportagem do Blog de Assis Ramalho fez entrevista exclusiva com o jogador, que fez um balanço da sua carreira. Na entrevista, Vítor fala das suas glórias e conquistas no Goiás, time em que atua há dez anos. Entre outras façanhas, Vítor foi eleito o melhor lateral direito do Campeonato Brasileiro da Série A em 2008.
Fala também de suas passagem, sem sucesso, no Palmeiras e no Cruzeiro. Sem guardar mágoas, Vítor afirma que no Palmeiras o treinador (da época) Felipão não gostava do seu estilo de jogo. Sobre o Cruzeiro, ele diz que foi prejudicado pelo fato de ter chegado no meio da temporada, quando o time já estava montado. Na entrevista, Vítor também afirma que não tem dúvidas de que Walter fez muita falta nos jogos das semifinais da Copa do Brasil, quando se machucou e não pode enfrentar o Flamengo.
Acompanhe abaixo a entrevista concedida por Vítor ao Blog de Assis Ramalho.
Assis Ramalho: Vítor, primeiramente, eu gostaria que você fizesse uma avaliação de sua vinda a Petrolândia participar desta pelada descontraída entre amigos.
Vítor: Primeiramente, é um prazer estar em Petrolândia, revendo os amigos, porque fazia tempo que eu não vinha aqui. Hoje, eu vim aqui participar deste 'baba' descontraído, com a rapaziada de Petrolândia, que é um lugar de onde sempre saíram bons jogadores para fora. Vamos torcer para que, no ano que vem, outros jogadores possam surgir.
Assis Ramalho: Qual a avaliação que você faz da sua temporada em 2013?
Vítor: A temporada de 2013, para mim, foi ótima e com bastante sucesso. A gente (time do Goiás) foi campeão goiano, ficamos em quarto lugar na Copa do Brasil e em sexto lugar no Campeonato Brasileiro. É bom lembrar que o Goiás tem um planejamento bem menor do que as grandes equipes do futebol brasileiro, e ter chegado em sexto lugar, à frente de várias equipes que têm um investimento maior, sem dúvida é um trabalho que a diretoria do Goiás fez, em parceria com a torcida que comparece ao estádio (Serra Dourada), e os frutos foram colhidos nesta temporada.
Assis Ramalho: Você falou que o Goiás foi bem na Copa do Brasil, terminando em quarto lugar. Mas, se Walter tivesse atuado contra o Flamengo, para quem vocês perderam a chance de ir à final, o Goiás não poderia ter chegado mais longe? Na sua avaliação, Walter fez falta naquelas duas partidas?
Vítor: Eu acho que sim. O Walter estava em um bom momento, fez uma grande temporada, e aquele que entrou no lugar de Walter não tinha as mesmas características dele, principalmente a confiança que Walter tinha. Por isso, eu acredito que se ele tivesse jogado contra o Flamengo a gente poderia ter chegado mais longe. Mas, de qualquer maneira, a gente perdeu para a equipe que, consequentemente, foi a campeã da competição.
Assis Ramalho: O fato de o Goiás não ter feito o resultado em casa, contra o Flamengo, pesou bastante. Concorda?
Vítor: É verdade. Eu acredito que a gente perdeu a classificação em casa (no Estádio Serra Dourada), porque nós levamos dois gols, perdemos o jogo, e depois ficou difícil tirar a diferença no Maracanã. Mas isso faz parte e volto a lembrar que a gente não perdeu para qualquer equipe. A gente perdeu para o time que foi campeão da Copa do Brasil, que foi o Flamengo, que é uma equipe considerada, uma das melhores do país.
Assis Ramalho: Agora voltando à sua carreira. Você teve uma passagem pelo Palmeiras e depois pelo Cruzeiro, e em nenhum desses times você se firmou. O que aconteceu para você não render o mesmo futebol que você jogava e joga no Goiás?
Vítor: Sem dúvida, eu reconheço que não rendi o mesmo futebol que eu vinha jogando no Goiás, mas também foi mais por opção dos treinadores. Tem treinador que vai com as características de um jogador e tem outros que não vão. Quando eu cheguei no Palmeiras, o treinador era Antônio Carlos, depois chegou o Felipão (atual treinador da Seleção Brasileira), e tudo foi questão de interpretação. O Felipão não gostava muito do meu estilo de jogo, me deu poucas chances. Mas eu não tenho nenhuma mágoa dele, porque são coisas que acontecem no futebol.
Assis Ramalho: Talvez Felipão não tivesse tão certo nas suas interpretações, porque depois ele praticamente colocou o Palmeiras na Segunda Divisão.
Vítor: É, teve isso. Mas, é bom lembrar que ele também, naquele ano (2012), foi campeão da Copa do Brasil. E sobre o Palmeiras ter caído para a Segunda Divisão, a culpa talvez não tenha sido somente dele.
Assis Ramalho: E sobre a sua passagem pelo Cruzeiro, por que também lá não deu certo e você não conseguiu se firmar no time?
Vítor: No Cruzeiro, foi mais questão de tempo. Quando eu cheguei (trocado pelo atacante Wellington Paulista, que foi para o Palmeiras), a equipe já estava entrosada, e o meu contrato era somente de um ano. Então, eles acharam melhor me devolver para o Palmeiras. Consequentemente, houve um acerto para o meu retorno ao Goiás.
Assis Ramalho: Ao que parece, você nasceu para jogar no Goiás, onde você arrebenta e é ídolo. Ou seja, lá você é o dono da bola (rindo).
Vítor: É verdade (rindo). No Goiás, eu realmente me sinto em casa. Mas também é bom lembrar que já vai fazer dez anos que eu jogo lá. Então, realmente lá é como se fosse a minha casa.
Assis Ramalho: No Goiás, você também é um verdadeiro 'papa-taça'. Você lembra a quantidade de títulos que você ganhou pelo Goiás?
Vítor: Lembro. Eu tenho cinco títulos goianos da Primeira Divisão, atuando pelo Goiás, e um título goiano da Segunda divisão, quando eu jogava no CRAC (Clube Recreativo e Atlético Catalano, da cidade de Catalão). Também fui campeão brasileiro da série B pelo Goiás (2012), quando subimos para Primeira Divisão.
Assis Ramalho: E para temporada de 2014, você já renovou o seu contrato?
Vítor: Eu ainda tenho contrato com o Palmeiras, que se encerra agora no dia 31 de dezembro. Mas, eu já estou em negociação com o Goiás, para que eu possa permanecer lá.
Assis Ramalho: A sua vontade, então, é permanecer no Goiás?
Vítor: A minha vontade é ficar no Goiás, mas ainda não está nada definido. Somente depois das férias, quando eu voltar, é que vai ser definido o meu futuro. Mas a minha vontade é de ficar no Goiás.
Assis Ramalho: Vítor, eu agradeço a sua atenção com a reportagem do Blog de Assis Ramalho e lhe desejo muito sucesso na temporada de 2014.
Vítor: Muito obrigado. Eu é que agradeço a você, Assis. Para mim está sendo um prazer visitar Petrolândia.
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Jairo Mangueira/Blog de Assis Ramalho