Motobomba em processo de secagem após submergir na galeria (Fotos: Assis Ramalho)
A área urbana do município de Petrolândia, situado às margens da represa de Itaparica, no Sertão de Pernambuco, não convive com o racionamento no abastecimento de água, mas as duas últimas semanas foram de provação para a população. Desde o dia 19, começaram os problemas, com redução na vazão do líquido, dois ou mais dias consecutivos sem água nas torneiras de alguns bairros e, entre um conserto e outro realizado pela equipe da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), notas de esclarecimento foram divulgadas à comunidade, a cada dia mais impaciente com a demora na solução definitiva das falhas de abastecimento, diante da prolongada falta de água.
A mais recente suspensão no fornecimento de água começou a desabastecer a cidade no final da tarde da terça-feira (28). No dia seguinte, a Agência de Relacionamento divulgou nota à imprensa e em redes sociais para informar que o problema (motobomba com defeito) seria resolvido no mesmo dia. Em vez disso, o problema se agravou, com a pane temporária de motobomba reserva.
Na tarde desta quinta-feira (30), pouco depois das 15h00, através de e-mail, a assessoria de imprensa da Compesa comunicou à redação deste blog que o conjunto de motobomba da estação de bombeamento apresentou problema mecânico, no dia anterior, e uma equipe da Compesa estava no local para recuperar o equipamento. Segundo a nota, a expectativa é que o conjunto de motobomba volte a funcionar até o final do dia desta sexta-feira (1º).
Após receber a nova previsão de normalização do abastecimento de água da cidade, a reportagem do Blog de Assis Ramalho visitou a estação de bombeamento da Compesa, no Sítio Serrota. No local encontramos a equipe de técnicos de manutenção, vinda de Serra Talhada. Conversamos com o engenheiro eletricista, Rafael, e com o coordenador de produção da Compesa, Merivaldo. Ambos afirmaram que, desta vez, o desabastecimento da cidade foi provocado por defeito na bomba e que o equipamento reserva não estava em condições de operação. Por falha na drenagem das galerias, houve inundação no compartimento e a motobomba reserva também estava em reparo, em processo de secagem.
''Estamos fazendo um sistema de aquecimento na bomba (posta sob uma lâmpada) para, se tudo der certo, amanhã (sexta, dia 30), depois do meio dia, o sistema comece a funcionar'', disse Merivaldo. A previsão foi confirmada pelo engenheiro eletricista Rafael, com a mesma sentença: ''se tudo der certo, amanhã a bomba funciona".
Enquanto a Compesa providencia reparos e esclarecimentos, os moradores de Petrolândia estão com as mãos na cabeça e a falta de água é um dos assuntos de maior repercussão nas redes sociais. Um desses relatos é de Jeyrmael Silva, enviado ao Blog. Para ele, uma pequena falha na estação de bombeamento, operada automaticamente, além da falta de um equipamento reserva, em almoxarifado, causou uma grave falta de água na cidade.
"Assis, aqui é Mael. Fui agora à tarde, com Jonas eletricista, na captação. Talvez só resolvam amanhã, segundo funcionários que encontramos lá. Cadê a Compesa que não informa à população a realidade da situação? Por um pequeno motivo, ocorreu uma grave falta de água na cidade. Acabamos de passar na captação de água. Está fechada. Dois funcionários que encontramos estão esperando trazerem uma bomba para instalação no lugar das outras que ficaram danificadas.
Responsabilidade da Compesa não ter um bombeiro na captação, por motivo de serem automatizadas as bombas que enviam água para o reservatório de tratamento na Serrota.
A bomba de drenagem das galerias da casa de bomba não funcionou e chegou a inundar as três bombas de 100cv. Na verdade, tinha que ter uma pessoa para tomar de conta da captação, um "bombeiro".
Na verdade, a Compesa tinha que ter uma bomba de reserva no almoxarifado, para não ocorrer estas situações, onde quem mais sofre é a população.
A Compesa deveria dar mais explicações a população e ser mais ágil com estas situações, ninguém merece passar mais de três dias sem água.
Redação do Blog de Assis Ramalho