Complexo de usinas da Chesf em Paulo Afonso. Foto: Divulgação.
Pode-se afirmar, tomando a Chesf como exemplo, que são muitas e significativas estas mudanças. Antes da Chesf, toda a região Nordeste estava a anos luz atrás, no desenvolvimento, em relação a outras regiões do país. Todos os índices, do analfabetismo à mortalidade infantil, do desenvolvimento humano às modernas tecnologias inexistentes, tudo fazia crer que tínhamos pelo menos dois ou mais brasis: aquele da pujança, dos grandes avanços tecnológicos, das grandes indústrias e o do povo abandonado, esquecido, morrendo à míngua, assinando com o dedão, sem opções de crescimento.
Assim era o Nordeste antes da Chesf, onde os lampiões de gás iluminavam as praças e pequenos geradores, nas cidades maiores tinham hora marcada para serem desligados. Era assim, o Nordeste estava desligado do progresso e do desenvolvimento.
Depois da chegada da Chesf, quando a energia elétrica iluminou as ruas e as casas do Recife e suas linhas de transmissão foram se espalhando por toda a região, como uma gigantesca teia de aranha não só foram iluminadas as cidades, as casas, energizadas as fábricas. Sobretudo, a luz irradiou dos olhos de pessoas sem esperança que passaram a crer em dias melhores que, de fato, vieram.
NORDESTINOS RUDES, ILETRADOS, ELES CONSTRUÍRAM A CHESF
No vídeo abaixo, um pouco da história da Chesf contada pelo engenheiro Cerqueira Lima que entrou na empresa em 1949. Retirado de uma matéria da TV Chesf.
Foram esses homens e mulheres que acorreram aos canteiros de obras da hidrelétrica, escavaram túneis, embrenharam-se nas grotas como “cassacos”, apelido que carregavam sem problemas porque, ainda que rudes, iletrados, estes nordestinos estavam plantando usinas nas entranas da terra e se tornavam ao mesmo tempo construtores desse grande sonho de desenvolvimento e beneficiários, assim como milhões de outros conterrâneos, de seus benefícios. “Essa epopéia aconteceu no meio do nada”, como dizia o pioneiro Bret Cerqueira Lima.