Cinco pessoas morreram em razão das chuvas que atingem a Região Metropolitana do Recife desde a madrugada desta quarta-feira (24), segundo o Corpo de Bombeiros. O temporal também derrubou barreiras e árvores, e causa diversos pontos de alagamento, que dificultam a circulação dos ônibus. Em escolas municipais, as aulas foram canceladas. (Veja vídeo acima)
As mortes registradas pelos Bombeiros ocorreram na Estrada do Passarinho e em Águas Compridas, em Olinda, e também no bairro de Dois Unidos, no Recife. Na Estrada do Passarinho, ocorreu um deslizamento de terra.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi acionado para socorrer feridos, registrou deslizamento de barreiras no Alto Nova Olinda, em Olinda; na Rua do Bosque, em Paulista, e em Caetés, Abreu e Lima.
De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), as chuvas no Grande Recife e Zona da Mata devem diminuir de intensidade, mas persistem durante todo o dia. Na terça (23), a Agência havia renovado o alerta para chuvas moderadas a fortes nas duas regiões.
Alagamentos
Em Olinda, os moradores do Residencial Jardim Olinda, no bairro de Casa Caiada, contam que foram acordados por volta de 1h30 e orientados a retirar os carros da garagem para a água poder escoar. No mesmo bairro, um vídeo enviado ao WhatsApp da TV Globo mostra moradores usando um barco para se locomover.
Às 5h30, a Rua Manoel Bandeira, onde fica o edifício, ficou completamente alagada. A água cobriu parte dos veículos. Quem mora nos apartamentos mais baixos do Residencial precisou contar com ajuda para subir os móveis.
Ainda em Olinda, na Cidade Tabajara, cerca de 20 ônibus faziam uma fila sem conseguir transitar. Caminhões, caminhonetes e carros comuns também estão parados nos acostamentos para não arriscar a travessia.
Imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo mostram a Rua Olegário Mariano, na mesma cidade, completamente alagada. O nível da água chega até metade dos veículos. Segundo moradores da Rua Caetano Ribeiro, em Casa Caiada, moradores estão ilhados.
No Recife, a Rua Carneiro Vilela, no bairro da Encruzilhada, a Rua Teles Júnior, nos Aflitos, e a Rua Estrela, no Parnamirim, todas na Zona Norte do Recife, são algumas das vias alagadas.
Em Paulista, de acordo com moradores, o nível da água na Rua Frei Caneca, no bairro do Janga, chega até o joelho. Os moradores não conseguem sair de casa.
Problemas de mobilidade
No Terminal Integrado Pelópidas Silveira, em Paulista, passageiros que aguardam transporte afirmam que não há circulação de veículos na manhã desta quarta (24). Segundo passageiros que estavam no local, a orientação dada pelo TI é que os passageiros voltem para casa. O G1entrou em contato com o Grande Recife Consórcio de Transporte e aguarda retorno.
De acordo com o estudante Juan Gouveia, que saiu de Paulista, a falta de previsão de novas operações impede a chegada no trabalho, que fica no centro do Recife. "Já não tinha ônibus da linha alimentadora do meu bairro e eu tive que ir andando para o terminal", diz.
Já na BR-101, no bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife, as dificuldades de mobilidade eram as mesmas para quem estava à espera de transporte público. Funcionária de um posto de saúde em Casa Forte, Lídia Moraes saiu de casa às 6h30, mas não conseguiu transporte. "Fiquei sabendo que está tudo alagado, por isso os ônibus não passam. Não sei como vou fazer", conta.
A empregada doméstica Neide Maria Reis tenta pegar um ônibus para sair da Guabiraba e chegar no bairro da Estância, na Zona Oeste do Recife. "Era para eu estar no trabalho às 7h40, mas não sei como vai ser. E a maré nem encheu... Mais tarde vai ficar ainda mais complicado", afirma.
Com os alagamentos na BR-101, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) orienta motoristas a usarem a PE-15 como rota alternativa.
Aulas suspensas
Em Olinda, a rede municipal de ensino suspendeu as aulas nesta quarta (24), em todos os turnos. O G1 tenta contato com a rede municipal de outros municípios da Região Metropolitana do Recife.
Barreiros
No domingo (21), mais de 500 famílias do município de Barreiros, na Zona da Mata Sul, precisaram deixar as suas casas por causa de alagamentos. O nível dos rios Una e Carimã subiu, invadindo ruas e imóveis. Não houve registro de mortes ou feridos. Na terça-feira (23), a maioria dos desalojados havia voltado para casa.
Pod G1 PE