De acordo com familiares, a jovem estava trabalhando quando sentiu dores. Ela foi até a farmácia do hospital e pediu um remédio para cólicas menstruais, mas recebeu noradrenalina, que um é estimulante utilizado para ressuscitação cardiopulmonar.
A informação foi confirmada por um funcionário do hospital, que preferiu não ser identificado. Ainda não ficou claro se houve erro na entrega da medicação na farmácia do hospital ou na hora da aplicação da injeção.
O caso ocorreu na quinta-feira (4) e, nesta sexta (5), o corpo da jovem foi sepultado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. Uma sindicância foi aberta pelo hospital para investigar o fato e apurar a causa da morte de Adriana.
Por meio de nota, o Hospital dos Servidores informou que registrou "um acidente envolvendo uma enfermeira que fez uso de medicação intravenosa, levando-a a graves consequências ao seu estado de saúde".
No comunicado, a unidade disse também que "o corpo clínico do hospital adotou todos os procedimentos possíveis para salvar a vida da profissional. No entanto, pela gravidade do quadro, a mesma veio a óbito".
Moradora do bairro da Iputinga, na Zona Oeste, Adriana Frade se formou no primeiro semestre de 2020 em enfermagem pela Universidade de Pernambuco (UPE). De acordo com a irmã dela, a dentista Angélica Frade, os médicos chegaram a passar 50 minutos tentando reanimar a jovem antes de levá-la à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde ela morreu.
"Ela estava menstruada e com cólicas fortes. Foi à farmácia [do hospital] e solicitou uma ampola de Buscopam. Ela já usava essa medicação em casa, mas em comprimido. O médico que a atendeu disse que ela pediu para um amigo, técnico em enfermagem, aplicar a injeção, e, logo, pediu para ele parar, porque estava se sentindo mal, com o coração acelerado. Ela começou a convulsionar, os médicos tentaram reanimar ela por 50 minutos. Quando ela voltou, foi para a UTI, onde teve outra intercorrência, mais uma parada, e não resistiu", afirmou a irmã da jovem.
O corpo de Adriana foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML), no Centro do Recife, para passar por exames. A causa da morte foi apontada como edema agudo pulmonar. O caso está sendo investigado como "morte a esclarecer".
"Disseram que podia ter sido um choque anafilático, mas ela fazia uso dessa medicação em casa. É confuso, porque ela era muito atenta e, mesmo se a pessoa da farmácia tenha dado a ampola errada, ela iria olhar. Ao mesmo tempo, ela estava com muita dor. Espero que tenha sido, de fato, uma reação alérgica, porque é mais fácil da gente suportar que um erro", declarou a irmã.
Em nota enviada à imprensa, a direção do Hospital dos Servidores informou que "lamenta muito a perda de sua colaboradora e está prestando toda a assistência à família.
Também disse que "os fatos e circunstâncias serão objeto de apuração por meio dos devidos processos legais, em todas as instâncias cabíveis".