segunda-feira, setembro 22, 2014

Índios se unem para enfrentar os ruralistas nas urnas


A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 215, que passa o poder de fazer demarcações de terras para o Congresso Nacional, provocou uma mobilização entre os líderes indígenas para tentar eleger representantes nas eleições deste ano. Ao todo, serão 85 candidatos. PSOL, PT e PDT são alguns partidos que receberam nomes ligados às diversas etnias de povos tradicionais, mas o PV se tornou o principal aliado da causa. Para atendê-los, o partido chegou a criar secretarias para assuntos indígenas em todos os diretórios estaduais. A união de diferentes grupos indígenas se formou em abril do ano passado, depois de uma série de protestos contra a PEC em Brasília. O projeto é da bancada ruralista, que faz pressão contra os pareceres antropológicos da Funai, ligada ao Executivo.

A informação é de Gilberto Nascimento e publicada por Brasil Econômico, 22-09-2014.

Um dos líderes indígenas que se tornou candidato para defender as reivindicações de seus povos é Kaká Werá, criado entre os guaranis no bairro de Parelheiros, no extremo sul da capital paulista. Ele disputa o Senado pelo PV de São Paulo. Kaká enfrenta políticos conhecidos como o ex-governador José Serra (PSDB), o senador Eduardo Suplicy (PT) e o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD). Além da questão da demarcação de terras, ele aponta como questões importantes para os povos tradicionais o aprimoramento dos programas de educação e saúde indígena e uma alteração no Código Florestal para facilitar o manejo sustentável. Kaká destaca a importância de dar visibilidade para a questão indígena e cita como exemplo o massacre praticado contra os kaiowá no Mato Grosso do Sul. “É uma disputa desigual, pois os ruralistas têm muito mais recursos para fazer campanha. Mas vamos começar a colocar a nossa voz”, afirma.

Fonte: IHU Online

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